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A conquista da felicidade
(Jonathan Haidt)

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Que devo fazer? Como posso viver? Que pessoa devo tornar-me? São muitas as pessoas que fazem estas perguntas e sendo a vida moderna o que é, não é preciso ir mais longe para encontrarmos respostas. A sabedoria é tão barata e abundante que nos invade constantemente a partir de páginas de calendários de secretária. De certa maneira, parecemos residentes da biblioteca de Babel de Jorge Luis Borges, uma biblioteca infinita cujos livros contêm todas as condições possiveis de letras, e portanto num sitio qualquer, uma explicação da razão por que a biblioteca existe.As nossas perspectivas são melhores. Não são muitas as nossas fontes de sabedoria que são inteiramente verdadeiras. No entanto, a nossa biblioteca é de facto infinita, não há ninguém que consiga ler mais do que uma fracção insignificante de volumes que aí se encontram. Com uma tão grande e magnifica biblioteca à nossa disposição, muitas vezes dispensamos os livros.Este livro é acerca de dez grandes ideias. Cada capitulo é uma tentativa de saborear uma ideia que foi descoberta por uma ou várias das grandes civilizações, de a questionar à luz daquilo que sabemos a partir da investigação cientifica e de extrair dela as lições que ainda hoje se aplicam nas nossas vidas, em vidas modernas. A história começa com uma averiguação da maneira como a mente humana funciona. Não se trata de uma averiguação exaustiva, mas apenas de perceber duas verdades antigas sem as quais não ficariamos em condições de tirar partido da moderna psicologia para melhorar a nossa vida. A reciprocidade é a melhor ferramenta para nos darmos bem com os outros. Contudo, a reciprocidade não é apenas um instrumento; é também uma pista que será importante para perceber esta história num plano mais alargado. A investigação psicológica mais recente tem posto a descoberto os mecanismos mentais que nos tornam tão bons a ver o mais pequeno argueiro no olho do vizinho, e tão maus a ver a trave que temos no nosso.



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