Compreender a Arte
(Michael J.Parsons)
Como é que as pessoas compreendem a arte? Ainda não sabemos muito bem responder a esta pergunta. Nas últimas duas ou três décadas , a psicologia da arte tem sido dominada por uma tónica cognitiva, multi+licando-se os estudos sobre as capacidades cognitivas relacionadas com a arte.De um modo geral Parsons considera que a abordagem cognitiva não foi suficientemente longe, antes de mais devido a certos pressupostos limitativos e não explicitados àcerca do conhecimento e do que significa compreender a arte. Um dos pressupostos de que Parsons partiu foi o seguinte: se nos interessarmos pela forma como as pessoas compreendem a arte, isso significa que deve haver na arte algo digno de ser compreendido. Ora esse pressuposto nem sempre tem sido perfilhado pela corrente dominante da psicologia da arte.
Grande parte dos estudos cognitivos no campo da arte têm revelado, na perspectiva do autor com uma concepção limitada do conhecimento, e isto em dois aspectos. O primeiro é que na sua maioria não têm levado a arte a sério como arte. A arte lida com significações sui generis, irredutíveis a outros tipos de significações. As obras de arte são antes de mais objectos estéticos, e perdem a sua relevância própria quando as consideramos como se fossem apenas objectos vulgares. E no entanto é assim que que, regra geral, os investigadores as têm tratado: como se fossem artigos de uso corrente, sais de banho, ou poltronas, por exemplo, e té mesmo, em certos casos, como se fossem pedras ou árvores. Parsons sustenta que pelo contrário, nos devemos debruçar sobre a compreensão das obras de arte enquanto objectos esteticos, uma forma de compreensão forçosamente diferente da compreensão de outros tipos de objectos.
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