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Os Embaixadores de Holbein
(Omar Calabrese)

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O Renascimento, período compreendido entre fins do séc. XIII e meados do séc. XVII na Europa, tem como um dos maiores expoentes o jovem Holbein, pintor e intelectual. O qual, através de suas obras enigmáticas e refinadas despertou o interesse nas mais variadas áreas do conhecimento, como é o caso do quadro “Os Embaixadores” hoje mantido na National Gallery (Londres).
A obra em questão possui dois olhares distintos: um para o público em geral e outro para aqueles que possuem a “chave” como Omar Calabrese cita no texto, resultando em vários níveis de interpretação.
Trata-se de um retrato encomendado, os elementos que compõem a pintura estão propositalmente expostos. Os dois homens presentes pertencem à alta hierarquia da época, fato comprovado pelo traje dos mesmos, demonstrando poder através de seus olhares. O tapete é símbolo de realeza e demarca uma visão não religiosa até mesmo pelos objetos científicos retratados.
De fato, o quadro é realista e possui detalhes minuciosos, apresentando uma clareza súbita ao espectador, a não ser pelo objeto tido em primeiro plano que entra em conflito com toda a obra. Uma forma que em primeiro olhar não é possível identificar. O autor divide o texto em nove estágios. No primeiro deles faz uso do autor Jurgis Baltrusaitis o qual separa em dois atos a interpretação do quadro. O primeiro quando o visitante entra no recinto que a obra esta exposta e analisa a postura hierárquica dos senhores e o segundo ato, quando não contente em conseguir decifrar a forma do objeto que esta no primeiro plano, resolve sair, muda a posição do olhar e somente assim consegue ver a caveira “escondida” na obra.
É importante ressaltar que o quadro possui vários enigmas, assim como diversas obras pertencentes à mesma época os contêm. Neste momento, surge a dúvida se os objetos representados tão claramente são de fato a verdade, conflito do “parecer e não ser” como o próprio autor menciona. Uma vez que, pode haver mais segredos escondidos, ou seja, uma anamorfose.
No segundo estágio, o processo de identificação dos personagens é feita através de intertextualidade, como é o exemplo da idade. No punhal da personagem da esquerda verifica o numeral 29, já no personagem da direita o número marcado no livro que ele usa de apoio é 24. Holbein faz uso de mapas para mostrar dados geográficos da época.
Apresenta sobre tudo a cidade de Polisy, a cidade de nascimento de Jean de Dinteville, embaixador em Londres em 1533. O qual, usa no pescoço uma medalha que faz alusão ao rei Francisco I. Poucas “pistas” existem no quadro pra identificar o segundo personagem. Porém, identificado o primeiro o segundo será conseqüência da interpretação, mesmo sabendo que as maiorias dos objetos não fazem relação a ele. O outro é membro do clero e conhecendo um pouco da História, sabe-se que a única pessoa que ficou famosa pela pouca idade em um alto cargo eclesiástico é Georges de Selve. Neste momento, verifica-se que o apreciador da obra entra em conflito entre o que é secreto e o que é mentiroso no quadro.
No estágio seguinte, analisa-se a cultura, demonstrando o quanto elementos científicos estão presentes na obra, ou seja, elementos da Ciência e da Cultura inseridos. É o caso do clinômetro (usado para medir a inclinação de um objeto), goniômetro (instrumento para medir os graus de um ângulo), um relógio solar e um livro que não se tem conhecimento do título. Verificamos a presença da Reforma tanto científica quanto religiosa. Copérnico garante sua presença assim como Martinho Lutero. Subseqüente, vem à tona a questão da amizade. É importante lembrar que existe vários personagens que não estão fisicamente representados mas que de outras maneiras ficam registrados, algo que se tornará um cânone da época da natureza morta.
No que diz respeito à política, relacionamos o chão da sala que é a cópia do chão da abadia de Westmister simbolizando a Inglaterra. Foi dito aqui, que para apreciar a caveira mantida em segredo na obra era necessário se deslocar para só então conseguir enxergá-la de outro ponto, porém, de acordo com Samuel através de um vidro cilíndrico também é possível.
Poderíamos enumerar os segredos, o primeiro como sendo a caveira, o segundo o alaúde e a corda que se quebra mostrando a relação que o segredo tem com o silêncio e finalmente a terceira pista que faz relação a cortina que se mantêm fechada e que não proporciona apreciar o que há por trás dela, a não ser o crucifixo escondido na dobra. Fica evidente que a verdade e a mentira não existem na obra, seria preciso ir além da cortina para enxergar todo o saber.



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