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Operação Valquíria
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"Operação Valquíria" (Valkyrie, EUA, 2008) estreou em 2009 com o estardalhaço comum nos filmes de Tom Cruise. O ator promoveu a produção em vários países, sempre com grandes espaços nos meios de comunicação. O filme foi a segunda tentativa de Cruise de provar a viabilidade de seus projetos junto ao estúdio United Artists, com o qual se associou como produtor em 2006. O filme anterior, “Lions for lambs”, havia fracassado nas bilheterias. Levando-se em conta que Cruise teve de se desligar da Paramount por causa da bilheteria insatisfatória de “Missão Impossível 3”, a nova produção foi uma tentativa do astro de provar sua capacidade de bilheteria e, assim, manter sua carreira no topo.
 
Mas o interesse em torno do filme não é só cinematográfico. Na biografia não-autorizada do ator, lançada em 2008, o jornalista Andrew Norton diz que Valkyrie é parte do projeto de expansão para a Europa da Cientologia, a seita religiosa que tem Tom Cruise como o garoto-propaganda mais famoso. Segundo Norton, as filmagens em solo alemão, inclusive em áreas militares restritas, retratando um herói nacional, iniciam a conquista da opinião pública e do governo da Alemanha, país no qual a Cientologia é oficialmente vista como um comércio (não uma atividade religiosa) e tem suas atividades controladas de perto pelo Departamento de Proteção da Constituição.
 
Polêmicas a parte, a Cientologia parece ter ficado só nos bastidores. Valkyrie é sobretudo um filme cristão - o que é de se esperar do diretor Brian Singer ("X-Men", "Superman – O Retorno"). Citações e imagens bíblicas aparecem ao longo da história. Deus é a motivação declarada (ao menos no discurso) tanto dos nazistas fiéis a Hitler quanto os oficiais liderados pelo coronel Klaus von Stauffenberg (Cruise), que em 1944 planejam matar o Führer, tomar o comando do país e negociar uma rendição com os Aliados. Para assegurar que toda a cadeia de comando de Hitler seja desmantelada com sua morte, os conspiradores planejam acionar o Exército com a ameaça de um falso golpe de estado pela SS, a polícia nazista. Assim, o Exército iniciará a Operação Valquíria, tomando o controle dos distritos militares e assegurando o novo governo – sem perceber que na verdade está fazendo parte de um golpe.
 
Embora lembre fisicamente Stauffenberg, Tom Cruise está deslocado no papel. Com sua aparência de príncipe de Hollywood e seu estilo jovial, é como se o Pete "Maverick" Mitchell de "Top Gun" tivesse sido enviado para a Alemanha dos anos 40. Sua pose de herói transforma o que deveria ser um homem comum em um herói de "Missão Impossível". Esse aliás um dos grandes defeitos do filme: o herói da vida real é retratado como um herói de cinema, que muitas vezes age com uma autoconfiança inconseqüente simplesmente inacreditável em quem pretendia matar Hitler em plena Alemanha nazista. Chega a confessar seus planos a um candidato a assistente, em uma entrevista de emprego (!). Pouco interessa se isso aconteceu ou não – é inverossímil, logo prejudica o filme.
 
No que tem de ruim, Valkyrie lembra os filmes da velha Hollywood, quando figuras históricas eram retratadas de maneira idealizada e de maneira a que o ator se sobraisse sobre o personagem. Quando trabalhou com Tom Cruise em "Minority Report", Steven Spielberg pediu ao ator que não sorrisse, já que o sorriso – sua marca registrada – iria lembrar à platéia o astro, não o personagem. Aqui, Cruise atua sem controle e, embora tente colocar força dramática no papel, é traído por expressões e voz que nos lembram o ator, em detrimento do personagem. Valkyrie não é sobre Stauffenberg, é sobre Tom Cruise querendo manter as rédeas de sua carreira.
 
O diretor Brian Singer coloca seu estilo pessoal no filme, especialmente na atenção aos detalhes e no uso de enquadramentos inusitados. No entanto, não há empenho na direção. Singer se contenta em ser o diretor de aluguel de Cruise e abocanhar algum dinheiro para um próximo projeto. O roteiro é o melhor do filme, com os roteiristas Christopher McQuarrie e Nathan Alexander conseguindo manter a atenção sobre uma trama cujo final qualquer jovem escolarizado já conhece (afinal, a morte de Hitler é um fato histórico). A história é contada de uma maneira que o filme de guerra vira filme de suspense, com a platéia ansiosa para saber os desdobramentos das manobras dos conspiradores. 
 
Com Valkyrie, Tom Cruise talvez consiga disseminar a Cientologia na Alemanha. Mas sua carreira continua ladeira abaixo.



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