Competindo pelo futuro
(Gary Hamell e C.K. Prahalad)
Para começar vamos relembrar a história dos quatro macacos:
“Quatro macacos foram colocados em uma sala. No centro da sala havia um mastro alto com um cacho de bananas pendurado na extremidade. Um macaco particularmente faminto escalou afoitamente o mastro, querendo pegar uma banana. Assim que alcançou a extremidade do mastro para pegar a banana, foi atingido por um jato d`agua fria lançado por uma ducha acima de sua cabeça. Com um grito agudo, o macaco abandonou sua empreitada e desceu do mastro. Todos os macacos tentaram sucessivamente pegar a banana. Todos receberam a ducha fria e todos desceram do mastro sem o prêmio. Depois de várias duchas frias , os macacos finalmente desistiram das bananas. Depois que os primatas foram condicionados, um dos quatro macacos originais foi retirado da sala e substituído por outro macaco. Assim que esse novo e inocente macaco começou a escalar o mastro seus companheiros o alcançaram e fizeram a criatura surpresa descer. O macaco captou a mensagem: Não suba naquele mastro. Após algumas tentativas interrompidas, sem receber uma única ducha fria, o novo macaco parou de tentar pegar as bananas. Um a um, todos os macacos originais foram substituídos. Cada macaco novo aprendia a mesma lição: Não suba no mastro. Nenhum dos macacos novos chegou ao topo do mastro, nenhum chegou a receber a ducha fria. Nenhum sabia precisamente por que estava sendo desencorajado a subir no mastro, mas todos respeitaram o precedente bem definido. Mesmo depois de retirada a ducha nenhum macaco se aventurou a subir no mastro.”
Essa história nos mostra que as ligações com o passado, transmitidas de geração para geração, podem guardar condicionamentos que não são favoráveis para o crescimento de qualquer organização.
Na verdade o que mais se conhece é o passado, para mover o futuro é preciso romper barreiras; pois as necessidades dos clientes mudam e é necessário pré-ver isto com antecedência ou seu concorrente fará isso por você.
A melhor forma de garantir que não se corre o risco de ser suplantado por concorrentes mais criativos é ser o primeiro a conceber mecanismos alternativos de entrega de valor, canibalizar seus próprios produtos e serviços e chegar ao futuro, mesmo quando este futuro mina os sucessos passados.
Reconhecer que na competição global a única defesa é o ataque vigoroso.
Por isso um diferencial competitivo faz-se necessário e pode ser encontrado na busca do aperfeiçoamento contínuo das células do corpo empresa, ou seja, seus funcionários devem estar sempre atualizados, fazendo cursos, aprimorando-se, reconhecendo-se.
Competir pelo futuro exige não só a redefinição da estratégia, mas a redefinição do papel da alta gerência na criação desta. De forma alguma o sucesso de uma empresa significa o fracasso de outra.
Pode-se comparar a competição pelo futuro a uma gravidez: concepção, gestação e parto. Precisamos criar o futuro, pois os clientes de hoje podem não ser os de amanhã. Para isso uma empresa, precisa primeiro ser capaz de esquecer parte de seu passado, precisa competir a tempo, ter capacidade de adaptação, um sistema de ataque e defesa básico, que garanta o desenvolvimento da previsão do futuro.
Nenhuma empresa se desvencilhará de parte de seu passado, a não ser que sinta que a repetição do passado não garantirá o sucesso no futuro.
Os gerentes precisam imaginar o futuro e, depois de imaginá-lo, criá-lo. Se não conseguirem fazer isso, correm o risco de perder seus futuros negócios, mesmo melhorando sua eficiência. Se não mudarem a maneira de pensar continuarão afogados na poeira deixada pelas empresas que correm na frente para chegarem primeiro ao futuro.
A liderança precisa ser continuamente reinventada. Capacidade de inventar novos setores e reinventar os antigos é um pré-requisito para chegar primeiro e uma pré-condição para permanecer na frente.
Competir pelo futuro é uma competição pela criação e domínio das oportunidades emergentes. Para descobrir o futuro, não é necessário ser um profeta, mas é absolutamente vital não ser ortodoxo. Se toda a capacidade de previsão do mundo não estiver acompanhada pela capacidade de execução, não terá muita realidade.
Só é possível ampliar e enriquecer suas próprias estruturas considerando humildemente os méritos de outras estruturas gerenciais.
O futuro precisa se tornar tão vivido e real quanto o presente e o passado, pois o ambiente em que vivemos está mudando radicalmente Precisamos de uma estrutura de custos mais baixa e tempo de desenvolvimento mais rápido, pois o sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã.
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