Wikileaks
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Há ondas momentâneas que tomam conta da mídia mundial de vez em quando. A atual onda, que tem características de estar sendo superestimada em termos de consequências nas relações internacionais, é a polêmica global produzida pelo site WikiLeaks. A disponibilização pública feita por esse, no final de 2010, de 250 mil documentos de alto sigilo do corpo diplomático americano é a onda midiática do momento. As informações comprometedoras incluem a maior parte dos países do mundo em suas relações com os Estados Unidos.
Além do ataque de hackers, o WikiLeaks tem sofrido pressões judiciais e governamentais de várias partes do mundo, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, o que tem forçado seus mantenedores a trocas de domínio e perda de conexões com empresas de cartões de crédito e outras instituições financeiras e cibernéticas. Como ilustração, cite-se que o diretor do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, está sendo procurado pela Interpol.
O nome do site nos remete à Wikipedia. Mas há vários outros sites com o agora prefixo wiki-, que tem o significado de “muito-rápido” em língua havaiana. Todos esses sites wiki- caracterizam-se por disponibilizar documentos em hipertexto com atividade colaborativa e open-source, o que significa um substancial avanço na divulgação de conhecimento de maneira aberta e internacional. Assim também funciona o WikiLeaks, que foi fundado sem fins de lucro, tendo como base certos princípios de comunicação informacional livre, especialmente sobre assuntos sensíveis relacionados a empresa e governos. Porém, a natureza colaborativa dos wiki- não é exatamente seguida pelo WikiLeaks, vez que apenas membros com autorização têm o poder de inserção e edição dos conteúdos.
No site há a indicação de que esse serviço foi criado (em 2006) por jornalistas, dissidentes políticos e cientistas de diversos países, com ênfase inicial na divulgação de polêmicas informações sobre a Guerra do Iraque e do Afeganistão.
Repito: talvez essa onda midiática não seja o tsunami que a diplomacia americana e os meios de comunicação têm alardeado. A história dirá.
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