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Viagem ao Paraguay - Parte 4
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Eu carregava apenas uma pequena ponchete e seguia com a tia para uma casa de câmbio. A casa de câmbio era uma barraco de madeira inserido num porão dentro de umas vielas muito estreitas onde ela já era conhecida e lhe oferecia o melhor preço. A cotação foi de R$2,195 por dólar.
Segui feito uma sombra com a tia para a área onde ela comprava os brinquedos. Era por volta de 9:00 da manhã e o lugar já fervilhava de gente. Para quem conhece a pior rua das proximidades da área da 25 de março, em São Paulo; o Paraguay. se iguala a ela em sujeira e bagunça em quase todas as ruas. Barracas de madeira e camelos estão por toda a parte. Gente gritando, água suja escorrendo e comida exposta para todos os lados.
Como tínhamos interesses diferentes a tia Isaura procurou um homem Paraguaio que era do conhecimento dela e este se chamava Tété. Ela o designou para levar-me nas lojas de informática e eletrônicos e ordenou que ele não me largasse de maneira nenhuma. Eu em silêncio, o chamava internamente de meu “cambono”.
E Teté subiu então os prédios adentrando os prédios que eram chamados de “shoppings”. Nas portas alguns seguranças seguravam pesadas armas de calibre 12mm. Aos poucos fui me sintonizando com os locais de compra disto e daquilo. As lojas dentro destes prédios eram realmente boas. Com boas instalações, elas tinham vendedores em mesas individuais, equipados com seu monitor LCD e teclado, , nada de balcões, retirada apenas no setor de pacotes. Este setor era hilário. Filas de pessoas retiravam então as mercadorias dos balcões, abriam todas as caixas, muitas vezes rasgando ou jogando fora as embalagens, outras eram desmontadas e guardadas à parte. Todos os equipamentos eram embalados de uma maneira muito mais compacta em caixas onde partiam juntos, às vezes apenas com um pouco de papel bolha protegendo-os. Tudo para diminuir o volume. Só se ouvia o intenso barulho dos rolos de durex largo que eles usavam em abundância para selar a caixas que muitas vezes não eram pequenas.
O número de pessoas que faziam isso por todos os lados e corredores era grande. Pessoas são pagas para fazer apenas pacotes para os muambeiros e carregá-los.
Diante de tantas histórias que eu ouvi, diante de toda essa maneira rude, perigosa, esquematizada cheia de truques e esquemas eu fiquei temerosa em comprar quantidades ou valores altos no Paraguay. Diante de tudo aquilo que eu via e percebi que não tinha ainda experiência nenhuma para saber de todos os riscos e que já me pareciam... muitos.
Certo que eu estava com a “Tia”... mas ainda assim senti-me insegura.
Sentei-me uma das mesas do atendente de uma das grandes lojas e na venda e na conversa de poucos itens de meu interesse descobri que eu podia comprá-los diretamente deles não tendo que fazer essa viagem maluca pessoalmente. Eu poderia fazer o pagamento para um “doleiro” que faria o pagamento a eles. Então um “freteiro”pegaria na loja a mercadoria fazendo um depósito do valor da mercadoria sendo responsável por trazer a mercadoria para mim em SP. Entregue a mercadoria a mim, eu ligaria para a loja avisando que estaria tudo ok. Então o freteiro recebe de volta da loja o valor da mercadoria acrescido de 22 a 30% (Taxa cobrada pelos freteiros para o transporte para SP). Sabendo isso, eu descobri a América! Adeus viagem maldita! Senti-me aliviada. Adeus a aquele ônibus terrível. Eu ganharia menos, mas seria uma boa solução e segura.
A partir daí me desinteressei em comprar. Para que tanto risco? Você que ainda não sabe de nada de tudo isso...?
Então eu apenas fazia contatos... pegava cartões , buscava informações, tudo para depois. Comprei apenas 1 mp3 e mp4. Meu “cambono” Teté estava ansioso por me largar eu não parava. Chegamos ao encontro da tia por volta das 15:00 hs e ela já estava na parte do empacotamento das coisas. Eu vi a pilha de caixas dela. Ela tinha 24 caixas para passar pelo rio a noite de barco! Quanto brinquedo! Minhas coisas eram uma sacola de mão. Voltamos de moto táxi. Sem bagagens ou sacolas não te param.
(continua na parte 5)



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