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"Afundei com o barco", diz Madoff mineiro em entrevista exclusiva
(www.uai.com.br - Estado de Minas)

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De seu esconderijo na Amazônia boliviana, Maioline acompanhou pela internet a repercussão do Caso Madoff, principalmente por meio da série de reportagens do EM sobre o escândalo. Revela também ter ficado sensibilizado com a foto da filha de 1 ano e com o depoimento do pai, Iano Maioline, dizendo que o amava e o aceitaria de volta. "Meu maior desgosto é manchar o nome da família Maioline", desabafa o golpista, em lágrimas.

Em que momento você se decidiu pela fuga?

No dia 23 de julho, eu tinha uma reunião em São Paulo com um empresário de Sertãozinho, um usineiro, que daria R$ 20 milhões para entrar no negócio. Esta era minha última cartada para salvar a empresa. Quando vi que a oferta era falsa, eu me apavorei. Decidi fugir.

Fugir era o melhor caminho?

Tenho uma filha de um ano e fiquei com medo de usarem minha família para pegar o dinheiro de volta. Poderiam tentar coagi-los e até matar alguém para achar meu paradeiro. Por isso, não fiz contato nem contei a ninguém que sumiria. Pensei que seria dado como morto e minha família ficaria em paz.

Você considera que o plano deu certo?
Se eu não tivesse desaparecido, meus parentes corriam risco iminente de vida. Meu grande erro não foi esse. Foi ter tentado até o último momento salvar a minha empresa. Afundei com o barco.

Você pode provar que a fuga não foi premeditada?

Se tivesse pulado fora do barco um mês antes, teria R$ 6 milhões no bolso. Até o último minuto, nunca atrasei os pagamentos dos investidores da Firv. Sumi no dia 23. No dia 10, tinha pagado R$ 3 milhões aos investidores e, no dia 20, outros R$ 3 milhões. Até duas horas antes de fugir, não tinha nada em mente.

Você chegou a usar disfarces?

Na maior parte do tempo, usei boné (com o U de uma universidade boliviana) e óculos de sol.

O que aconteceu na verdade com o Firv?

Comecei a operar na bolsa com meu próprio capital e com o de colegas da mineração onde eu trabalhava. Já ganhei R$ 70 mil em um dia, nos intervalos do serviço. Os colegas se reuniam em volta da minha estação para me ver operar na bolsa.

Quando o negócio começou a dar errado?

Em 2008, ganhei sozinho R$ 50 milhões em ações, operando com dinheiro meu e de amigos. A CVM pode comprovar isso, pois eu tinha registro como autônomo e acesso a diversas corretoras. Veio a primeira perda em novembro de 2008, com a crise financeira mundial. Precisava de R$ 150 mil para continuar pagando os bônus dos meus investidores.

Você tinha consciência de que montou esquema de pirâmide, no qual a entrada de novos investidores garante os rendimentos dos antigos?

Não comecei meu negócio como pirâmide e nunca tive intenção de dar o golpe. Fui levado pelas circunstâncias a transferir os títulos para o alto risco, tentando ganhar valor ainda mais alto para tapar o buraco.

De quanto foi o rombo?

Quem entrou com R$ 10 mil no início da Firv, em quatro anos, fez R$ 500 mil com o lucro de 5% ao mês mais bônus. Cheguei a pagar 15% de bônus. Esse dinheiro é virtual e não há como querer de volta meio milhão de quem entrou apenas com R$ 10 mil. Na planilha, havia em torno de R$ 80 milhões, mas esse dinheiro não era real. Perto do fim do processo, devia ter de R$ 10 milhões a R$ 20 milhões em caixa. Tentei traçar um plano de recuperação para a empresa e tenho todos os documentos para comprovar isso. Outra alternativa era encontrar um investidor com R$ 20 milhões para adiar a quebra por mais quatro meses e conseguir reerguer a empresa. Mas não deu tempo.

Quanto dinheiro ainda existe?

Fui eu quem mais perdeu dinheiro nessa história, pois tinha quase 30% do capital real da empresa. O resto do valor está no bolso dos investidores, que enriqueceram comigo, e no meu patrimônio pessoal e da empresa, que está 100% bloqueado pela Justiça para pagar as dívidas. Fiquei sem nada.



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