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Teia da Vida (1)
(Frederico Ozanam Drummond)

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Em um dos seus recentes livros, A Teia da Vida, o físico ambientalista Fritjof Capra retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. Em muitos pontos, este pode ser o livro mais profundo dos já escritos por Capra. Ele nos apresenta seu conceito de Ecologia Profunda neste livro, um termo que, para ele, é mais apropriado que o termo holístico, já bastante gasto por pessoas que se apropriaram erroneamente deste termo para comercializá-lo. Nada melhor, então, do que lermos o próprio Capra O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência. O paradigma ecológico é alicerçado pela ciência moderna, mas se acha enraizada numa percepção existencial que vai além do arcabouço científico, no rumo de sua consciência de íntima e sutil unidade de toda a vida e da interdependência de suas múltiplas manifestações e de seus ciclos de mudança e transformação. Em última análise, essa profunda consciência ecológica é espiritual. Quando o conceito de espírito humano é entendido como o modo de consciência em que o indivíduo se sente ligado ao cosmo como um todo, fica claro que a percepção ecológica é espiritual e política em sua essência mais profunda, e então não é surpreendente o fato de que a nova visão da realidade esteja em harmonia com as concepções das tradições espirituais da humanidade.Vale aqui recordar experiências recentes, considerando como se processa em cada um de nós o que se convencionou chamar na emergência do paradigma holístico. Não iremos teorizar sobre isto, apenas fazer alguns registros de nossas experiências. A maioria de nós vive de alguma forma as angústias de nossas fragmentações internas. Não conseguirmos nos perceber como unidade. Basta um simples exercício para constatarmos isto. Se alguém nos pede para apontarmos algo da natureza logo nos apressamos a apontar uma arvore, o céu ou qualquer elemento exterior. Dificilmente apontamos para nós mesmos. Ou seja, não nos percebemos como a própria natureza. Isto é conhecido como Fantasia da separatividade. Esta ilusão, pôr si mesmo fragmentadora, gera outra mais grave ainda: a Fantasia da separação entre o nosso próprio corpo, nossas emoções e o nosso espírito. Isto é tão evidente que criamos uma ciência para o corpo e uma ciência para o espírito. Psicologia e biologia caminham separadas como tratassem de assuntos distintos. A medicina fragmenta-se nas múltiplas especializações, tratando de doenças, perdendo cada vez mais o sentido da unidade do ser. Conheci este enfoque com o Professor Pierre Weil, um mestre da abordagem holística:“ Quebramos a unidade do conhecimento e distribuímos os pedaços entre os especialistas. Para os cientistas , demos a natureza; aos filósofos, a mente; aos artistas, o belo; aos teólogos, a alma. Não satisfeitos, fragmentamos a própria ciência, espalhando-a pelos domínios da matemática, da física, da química, da biologia, da medicina e de tantas outras disciplinas. O mesmo ocorreu com a filosofia, a arte e a religião, cada um desses ramos se subdividindo ao infinito. Como conseqüência, o mundo do saber tornou-se uma verdadeira ‘Torre de Babel’, onde os especialistas falam cada qual a sua língua e ninguém se entende. A mais ameaçadora de todas as fragmentações, no entanto, foi a que dividiu os homens em corpo, emoção, razão e intuição, porque ela nos impede de raciocinar com o coração e de sentir com o cérebro.(...)”( in A Arte de Viver em Paz ). As recentes preocupações com a ecologia mostraram-nos o quanto estamos próximo de uma liquidação do nosso planeta. O estágio que alcançou o capitalismo, reforçando o conceito de exploração literalmente de tudo, lembra-nos a lição da própria dialética: a reação à todo tipo de exploração é a nova síntese que se constrói mundialmente. 



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