Guerra no Rio
(jornal britânico the guardian)
As cenas de guerra nunca antes vistas no Rio ( com a participação dos três ramos das Forças Armadas inclusive ), ganharam as manchetes dos grandes jornais internacionais. À guisa de exemplo, o jornal britânico “The Guardian” noticiou que tropas fortemente armadas trocaram tiros com gangues de traficantes no quinto dia de violência na segunda maior cidade do Brasil.
Mas o que chamou a minha atenção foi a manchete do jornal espanhol “El Mundo”, declarando que em razão da violência na futura sede olímpica, autoridades se uniram no combate aos narcotraficantes do complexo do Alemão.
Sabe-se que o “Poder Paralelo” por décadas tem ocupado um espaço antes pertencente ao Estado. De lá para cá, houve pouco ou nenhum empenho das Autoridades para recuperar essas áreas. Entretanto, após a confirmação do Rio como sede das Olimpíadas de 2016, será mera coincidência esse despertar conjunto das Autoridades para com a violência nas favelas no Rio, após décadas de abandono? É claro que as cifras bilionárias envolvidas num evento desse porte, para muitos já justificariam tal mobilização contra a violência.
Porém, se não houver uma política publica que vise suprir a falta de perspectiva de crianças e jovens de territórios recém conquistados, se não houver um investimento pesado nos nossos policiais, que muitas vezes são obrigados a fazer “bicos” para sobreviver, de nada adiantará tanto empenho em mostrar ao mundo que merecemos sediar uma olimpíada.
E, o mais importante, perderemos a chance de deixar às próximas gerações um legado de paz e segurança, que hoje infelizmente não temos.
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