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Histórias de vida são transformadas pela dor da saudade. Veja
Brasileiros descrevem, com tristeza, momentos que ficaram no passado.
Será que dor de saudade tem jeito? Quem já sentiu sabe. Não tem coisa melhor do que desafogar um peito apertado, aliviar um coração partido.
Não existe um só metro quadrado do sertão de caatinga que não seja lembrado por quem parte do Nordeste rumo a outras regiões do país e também do mundo. Cada quilômetro deixado para trás vai formando uma estrada de memórias que doem no coração. São vidas em trânsito que se tornam prisioneiras da saudade.
Todos os anos, milhares de nordestinos fazem o trajeto rumo ao Sudeste em busca de trabalho e melhores condições de vida. Mas o sonho é quase sempre inverter a rota e voltar à terra natal. Mas o que fazer com a saudade que eles sentem de todos os lugares por onde já passaram?
É difícil medir os quilômetros percorridos pelo comerciante Idelson desde que ele partiu da Bahia. Assim como é impossível descrever o sofrimento de ter deixado a família para trás. “Já chorei muitas vezes por estar distante da minha família e querer me aproximar”, conta.
Muito trabalho e pouca felicidade. Ele voltou à Bahia para fazer um serviço mais duro e menos rentável. Tudo para se sentir em casa e ficar perto da mulher e dos filhos. Mas acredite: agora é a vez de ter saudade da cidade grande.
“Eu tenho saudade. São Paulo é corrido, mas tem emprego certo, um salário que supre as necessidades da família”, explica.
Mas e quando não há imagens, voz do outro lado da linha ou cartas que possam suprir a ausência de alguém? A morte do filho mais velho, Felipe, há três anos, deixou a família do professor Reginaldo Medrado, em Juazeiro, na Bahia, faltando um pedaço.
“Como que eu amo quem eu não vejo, quem não escuto? É uma dor que não tem nome. Não dá para identificar essa saudade”, diz ele.
“A dor é física mesmo, como se você sentisse seu coração partindo”, descreve a professora Branca Souza.
Às margens do Rio São Francisco, o aposentado Gilberto Lima Freire e Filomena também dão apoio um ao outro para enfrentar a falta dos filhos e dos netos. A decisão de voltar para o calor e para a calma de Petrolina, em Pernambuco, depois de 34 anos vivendo em São Paulo, foi dele. “O mais difícil é a falta que sentimos, a saudade”, diz, emocionado. As fotos dos três filhos e dos netos amenizam a dor e, pela internet, ele faz declarações de amor de um avô que amolece de saudade.
O que uma pedra tem a ver com a saudade? Ela é um pedaço do Estádio da Fonte Nova, que agora virou um monte de entulhos. Muitos torcedores guardaram parte do escombro como lembrança das sensações vividas no local. Uma parte da história do futebol que ficou na saudade.
José Carlos dos Anjos, ex-jogador do Bahia e da seleção brasileira, foi uma das estrelas do gramado baiano. Ele assistiu de perto à implosão, que levou junto uma história. “Quando deu o primeiro estrondo e caiu tudo, vi um vazio. Mas é como eu sempre falo: uma tristeza muito grande, mas também uma felicidade muito grande em saber que o Estádio da Fonte Nova vai continuar neste lugar”, diz Zé Carlos.
É por isso que o comerciário Antônio Félix Souza se emociona. Ele segura nas mãos o que se parece com um pedaço de pedra. Mas os mais atentos vão perceber que, na verdade, é apenas um dos inúmeros formatos que a saudade tem. “A Fonte Nova foi parte da minha vida, onde eu eduquei meus filhos. Meus filhos aprenderam a ser esportistas na Fonte Nova, torcendo pelo Bahia e pela seleção. É tudo para mim. Eu confio em Deus que a nova Fonte Nova vai trazer muitas alegrias para o povo baiano”, revela.
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