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Uma breve análise sobre alguns fenômenos linguisticos
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    Um fenômeno linguístico se caracteriza por um determinado acontecimento que ocorre na história de determinada língua, criando uma nova forma de comunicação e modificando a língua como um todo.
     Algumas expressões idiomáticas que surgem do decorrer do desenvolvimento de uma língua são exemplos de fenômenos linguísticos. Palavras desconhecidas, com o uso no cotidiano e com o tempo, passam a se tornar uma palavra reconhecida oficialmente.
     Normalmente um fenômeno linguístico de relevância é associado a alguma época ou a algum fato histórico  Os falantes do português falam para serem ouvidos, às vezes para serem respeitados e também para exercer uma influência no ambiente em que realizam os atos linguísticos.
   A Língua Portuguesa, no Brasil possui muitas variedades dialetais, identificam-se geográfica e socialmente os falantes pela forma como falam. Infelizmente encontramos muitos preconceitos atribuídos aos diferentes modos de falar.
    A verdade é que no Brasil, embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse português apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não só por causa da grande extensão territorial do país – que gera as diferenças regionais, bastante conhecidas e também vítimas, algumas delas, de muito preconceito -, mas principalmente por causa da trágica injustiça social que faz do Brasil o segundo país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. São essas graves diferenças de status social que explicam a existência, em nosso país, de um verdadeiro abismo linguístico entre os falantes das variedades não padrão do português brasileiro – que são a maioria de nossa população – e os falantes da (suposta) variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola. (BAGNO: 2005, p. 16). 

     Sobre a questão da variação linguística e a estigmatização de uma língua falada padrões, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, datados de 1998, já abriam nosso olhos para tal problema, reconhecendo que existe:

muito preconceito decorrente do valor atribuído às variedades padrão e ao estigma associado às variedades não-padrão consideradas inferiores ou erradas pela gramática. Tais diferenças não são imediatamente reconhecidas e, quando são, são objetos de avaliação negativa.
Para cumprir bem a função de ensinar a escrita e a língua padrão, a escola precisa livrar-se de vários mitos: o de que existe uma forma “correta” de falar, o de que a fala de uma região é melhor do que a de outras, o de que a fala “correta” é a que se aproxima da língua escrita, o de que o brasileiro fala mal o português, o de que o português é uma língua difícil, o de que é preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO: 1998 p. 31).
    A questão da variação linguística está inteiramente ligada ao preconceito linguístico, já que quando uma variante é tida como correta, as demais são denominadas incorretas, sofrendo, assim, as pessoas que a pronunciam preconceito linguístico.
     É preciso, urgentemente, que se abandone esse pensamento preconceituoso de existir somente uma variante falada correta do português brasileiro. Assim, “É preciso, portanto, que a escola e todas as demais instituições voltadas para a educação e a cultura abandonarem esse mito da “unidade” do português no Brasil e passarem a reconhecer a verdadeira diversidade lingüística de nosso país para melhor planejarem suas políticas de ação junto à população amplamente marginalizadas dos falantes da variedade não-padrão”. (BAGNO: 2005 p. 18).
      Contudo, o em que se baseia o preconceito linguístico? Por que ele ocorre?
Infelizmente, o preconceito linguístico ocorre porque, em pleno século XXI, ainda vigora na sociedade brasileira a ideologia linguística conservadora e retrógrada que sustenta um forte preconceito linguístico abastecido pela perpetuação de uma série de mitos irracionais sobre a língua falada no Brasil. Esse preconceito acaba, por sua vez, sendo assumido pelo próprio falante-vítima, despertando nele um sentimento de auto-aversão linguística.
     Ensina Bagno, quanto ao embasamento do preconceito linguístico:

O preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe [...] uma única língua portuguesa digna desse nome e seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manifestação linguística que escape desse triangulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito linguístico, “errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente”, e não é raro a gente ouvir que “isso não é português”. (BAGNO: 2005, p. 40).
        O preconceito baseado na fala de determinadas regiões, preconceito esse transmitido pela mídia, através de novelas, programas televisivos, reportagens, além de ignorante é cruel, pois estigmatiza determinadas regiões do Brasil.
         Assim, o povo brasileiro que não fala a língua tida como padrão pela mídia e pelas classes sociais mais altas é duplamente marginalizado. Uma vez por sentir-se fora dos padrões sócias ditados pela mídia, e outra vez por ver, nessa mesma mídia, seu jeito de falar retratado inadequadamente, com objetivo de deboche. Infelizmente, a televisão brasileira tipifica um modo somente de falar, pois é expressamente proibido aos seus atores e atrizes apresentarem algum sotaque em novelas e demais programas, existindo um treinamento para que todos falem a mesma língua, como se no Brasil só existisse uma maneira de pronunciar as palavras.



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