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Ciberdemocracia
(João de Almeida Santos)

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“Matéria fascinante e obrigatória, porque não é hoje possível reflectir sobre a questão da democracia sem um confronto sério com a questão da presença da microelectrónica nas
estruturas e na lógica de funcionamento das sociedades.

Em primeiro lugar, no plano da comunicação política: a televisão, sofisticado produto da microelectrónica, tornou-se hoje um verdadeiro espaço público sem fronteiras.

Em segundo lugar, no plano da configuração da vontade política institucional, é já possível prever a constituição de um sistema de consulta eleitoral centrado na electrónica.

Em terceiro lugar, as nossas vidas começam a decorrer em sistema de intercâmbio electrónico, tornando, por isso, possível uma eventual vigilância cada vez mais difusa (disseminada) de todos os nossos percursos - o que representaria uma certidão de morte da própria democracia.

Dou exemplos.

Os telefones celulares revolucionaram radicalmente os espaços convencionais da comunicação:
comunica-se instantaneamente a partir de qualquer ponto do planeta em qualquer situação. Do transístor à televisão digital: tudo isto se desenvolve em pouco mais de cinquenta anos. O transístor estilhaçou os espaços comunitários da audição rádio.

A televisão foi considerada a caixa que mudou o mundo. O universo televisivo justapõe-se cada vez mais ao real. A tal ponto que, no plano da comunicação, se pode dizer que só é real o
que é televisivo.

A verdadeira praça pública, a velha ágora grega, transformou-se em praça televisiva. Com uma precisão inacreditável: com a televisão digital podemos fazer o mesmo que os gregos faziam: informarmo-nos das causas públicas e ali mesmo decidir, pondo, não uma mão, mas um voto
no ar, um e-voto.

Do ponto de vista da comunicação, o espaço e o tempo sofreram, de facto, um poderoso
efeito de contracção: eventos distantes deslocam-se instantaneamente para o interior do mesmo ecrã digital, através do qual poderemos também decidir. As sondagens já hoje fazem um pouco disto.
Os efeitos da microelectrónica projectam-se na informática, na robótica industrial e na Rede. A um ponto tal que já se fala de terceira «revolução industrial»: daquela que vai colocando os sistemas
electrónicos nos lugares que ontem estavam ocupados pelos homens. Visite-se a Fiat ou a Volkswagen: onde ontem estavam enormes massas de operários hoje estão cadeias de robots e os chamados «condutores» de bata branca, que vigiam as cadeias de robots.

Mas as possibilidades da Rede, alargam-se ao campo técnico-eleitoral. Hoje, com efeito, já seria possível, se aperfeiçoados os sistemas de controlo, exercer o voto por via electrónica: cada
cidadão dotado de um computador com Internet, ou de um simples telefone celular, poderia votar, a partir de casa, em qualquer eleição.

Poder-se-ia, e sem custos relevantes, pôr o cidadão em condições de votar frequentemente entre referendos e eleições propriamente ditas. Poder-se-ia gradualmente passar da clássica democracia
representativa para aquilo que alguns já designam por «directismo», uma versão electrónica da democracia directa.



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