Tempos Dificeis
(Charles Dickens)
Durante a infância, somos capazes de crer no impossivel, e também em consegui-lo. Não uma realidade tangivel, mas a partir da imaginação, que voa por mundos inexplorados pelos adultos. Porém, o que acontece quando as crianças são obrigadas a crescer privadas de esperança? Acaso uma criança com a pureza em estado bruto será capaz de crescer para ser um exemplo para um mundo melhor?
Acontece que em uma pequena cidade da Inglaterra, conhecida como Coketown, esta trágica hipótese encontra no relato de Dickens sua vía de escape para a realidade. As crianças foram criadas para viver de acordo com a realidade, afastadas da existencia de fantasías ou qualquer contato com o mágico. Os personagens são descritos como "eminentemente práticos", incapazes de aceitar teorías como a da poluição proveniente de suas belas lareiras, produto da revolução industrial. A novela transcorre descrevendo a vida de diferentes pessoas (representando a sociedade), que deixam de lado toda possibilidade de felicidade, porque a razão os tem impedido de busca-la. Em um clima de caos emocional, a novela passa por uma reviravolta importante. Apenas os personagens que reconhecerem o erro em que vivem serão capazes de escapar de destino trágico. Para isso, deverão buscar o apoio de pessoas que, por haverem vivido a paixão, foram discriminados no começo. Como Dickens convida a refletirmos ao final de sua obra, em cada um de nós deve existir o desejo de lutar contra tais atrocidades. A indignação que pode surgir no transcorrer das páginas deve servir como força condutora a nos recordar, que também somos responsaveis por aquilo que está por vir.
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