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Pós-colonialismo, identidade e mestiçagem cultural
(Eliana Lourenço de Lima Reis)

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“Como Arlequim, o sujeito cultural contemporâneo constrói-se através dos contatos, diálogos e conflitos que estabelece com a sua tradição e com as outras culturas”. Essa é uma das muitas contribuições de Eliana Lourenço de Lima Reis, em seu Pós-colonialismo, identidade e mestiçagem cultural: a literatura de Wole Soyinka (Rio de Janeiro: Relume-Dumará; Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1999. 305 p.).Wole Soyinka é um escritor nigeriano, um dos dramaturgos mais importantes do continenete africano. Foi laureado com o Nobel de Literatura em 1986. Para Eliana Reis, a escrita de Wole Soyinka é o espaço do trânsito, da terceira margem. Nesse livro-ensaio, a autora apresenta uma vigorosa interpretação das liminaridades transdiscursivas de Soyinka, que aborda Ogum como o fundamento cognitivo que posiciona de forma deslizante e dinâmica o trânsito como metáfora relevante na obra e na biografia do dramaturgo nigeriano.No primeiro capítulo é oferecida uma arqueologia do sujeito cultural africano. Como contraponto ao estereótipo da África como o radical outro oposto a uma dita essência ocidental ou branca, Eliana Reis procura explicitar o caráter híbrido e múltiplo dos povos da África, inclusive anterior à colonização europeia. No segundo capítulo, a autora utiliza metáforas advindas da obra de Soyinka para estabelecer uma discussão sobre seu posicionamento intermediário, em constante trânsito entre diversos domínios culturais, o que se configura num entre-lugar cultural estratégico, mas ambivalente, que é exatamente o tema abordado no terceiro capítulo. Nesse ponto, a autora tenta uma definição acerca da posição de Soyinka por meio de palestras proferidas por ele na Universidade de Cambridge, nos anos 70. No quarto capítulo, a partir dessas palestras, Eliana Reis nos coloca diante da percepção de que existe, no universo dramático de Wole Soyinka, uma relação conflituosa entre a vontade de encontrar um mundo africano específico a partir dos mitos e rituais iorubas e a percepção de que existe “uma humanidade comum”. O quinto capítulo procura mostrar a formação de Soyinka como dramaturgo e sua inscrição múltipla: nas tradições nativas, na cultura européia e, finalmente, numa cultura cosmopolita. No último capítulo, faz uma leitura dessa adaptação de Soyinka como metadrama, não apenas no sentido de uma teoria do teatro, mas também como uma teoria da cultura. Ao recriar o texto grego, Soyinka usa-o na sociedade pós-colonial, num labor tão híbrido quanto a cultura contemporânea, numa sugestão de uma possível articulação entre todos os homens, apesar dos conflitos e diferenças. Do prefácio escrito por Leda Maria Martins, destaco as seguintes colocações: o leitor privilegiado encontra nessa obra um vasto repertório da produção da crítica cultural e literária mais instigante e polêmica; a figura autoral de Wole Soyinka é esculpida no texto de Eliana Reis como a de um sujeito definido pelo trânsito geográfico e cultural, em que coabitam várias tradições textuais e artísticas, não necessariamente pela via do consenso, mas pela interrelação bricolada e mestiçada desses repertórios.



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