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Anotações para o cemitério dos vivos
(Lima Barreto)

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Em “Ouvindo Vozes – Histórias do hospício e lendas do Encantado”, Edmar Oliveria faz a apresentação da outra parte do livro, na verdade uma obra inacabada por Lima Barreto, morto aos 41 anos, em decorrência de complicações causadas pelo alcoolismo. Em “Anotações para o cemitério dos vivos”, o escritor carioca (1881-1922) descreve o hospício por dentro. À época de suas internações, assim como hoje, após a reforma psiquiátrica à brasileira, a maioria dos diagnosticados dependentes químicos (álcool, crack, cocaína, heroína, maconha e outras drogas) são internados em hospitais e/ou clínicas psiquiátricas.  

Edmar Oliveira diz: “E, na minha mesa, ‘As anotações para o cemitério dos vivos’, de Lima Barreto, anunciavam que o pesadelo era possível desde sempre. O manicômio atualiza o passado". Já os editores descrevem que “(...) tratado como louco, doente da alma, o desregrado escritor sentia seus surtos sumirem ao simples afastamento da bebida. No entanto, ainda com os grilhões do hospício prendendo seu corpo àquele estado lastimável, sua mente, esclarecida para a época, continuou a trabalhar com a verve tão comum aos intelectuais e artistas".

Apenas os trechos citados acima são suficientes para tecer longas considerações que, obviamente, não cabem neste espaço. Vejamos, então, o que escreveu Lima Barreto sobre a possibilidade do pesadelo desde sempre:

“Muitas causas influíram para que eu viesse a beber , mas, de todas elas , foi um sentimento ou pressentimento, um medo, sem razão nem explicação, de uma catástrofe doméstica sempre presente.” (p.223 - idem)

Razão e explicação não serão encontradas pela substituição da adição ao álcool por outras drogas, como as de tarja preta compradas com receitas em farmácias e/ou distribuídas pelo governo (pagas com impostos dos contribuintes). A busca racional do que significam as dores emocionais transformadas em fantasias, delírios e até alucinações persecutórias (como o medo de uma catástrofe doméstica sempre presente) talvez possa ser realizada por meio da escuta e do olhar de um outro   - não qualquer outro. O próprio escritor formula uma hipótese do que necessita para superar suas fugas via alcoolismo:  

“Eu queria um grande choque moral, pois físico já os tenho sofrido, semimorais, como toda espécie de humilhações também. Se foi o choque moral da loucura progressiva de meu pai, do sentimento de não poder ter a liberdade de realizar o ideal que tinha na vida, que me levou a ela, só um outro bem forte, mas agradável, que abrisse outras perspectivas na vida, talvez me tirasse dessa imunda bebida que, além de me fazer porco, me faz burro.”



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