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Desperdício de alimentos, um problema a ser enfrentado
(Eraldo Bivar Mollulo Junior)

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Alguns exemplos pode contribuir para a compreensão da extensão do problema causado pelo desperdício de alimentos: as perdas ocorridas em produtos agrícolas na cadeia que vai desde o produtos ao consumidor final, atingiram cerca de 7,8% do produto interno bruto brasileiro (PIB) no ano de 2000, porcentagem equivalente à algo próximo aos R$ 10 bilhões (JARDINE, 2002). Em outras palavras, esta cifra seria suficiente para fornecer cestas básicas mensais no valor de R$ 120,00 a quase sete milhões de famílias durante um ano (CEAGESP, 2010).
 
As perdas com a produção de grãos são grandiosas, para se ter uma idéia, em milho na safra de 2001, foi de 53 milhões de sacas, o equivalente a US$ 344 milhões. Com esse dinheiro, seria possível comprar 4.050 colheitadeiras de porte médio, quase a frota comercializada no País em 2001, que foi de 4,1 mil máquinas. Outro exemplo de desperdício registrado é com arroz no RS, que chegam a R$ 179,93 milhões ao ano. Considerando uma produtividade média no Estado de 112,5 sacas/ha, isto representa uma quebra média de 10% e um preço de R$ 17 por saca, a perda na colheita somaria R$ 191,25/ha. Em soja o desperdício brasileiro fica em média duas sacas/ha, o que na safra de 2000/2001 representou um prejuízo de R$ 570 milhões (JARDINE, 2002. p. 78).
 
Estimativas do Ministério da Agricultura dão conta de que produtos como grãos chegam a desperdiçar por safra mais de 20% do que é produzido.
 
Quando tratamos de prejuízos com hortaliças e frutas, a situação piora, pois estudos demonstram que as perdas atingem entre 30 e 40% da produção[1], por serem produtos com alto grau de perecibilidade. A falta de cuidado na hora da colheita, uso de máquinas e equipamentos desregulados, bem como transporte e armazenamentos inadequados são apontados como a causa de perdas altamente significativas em todas as cadeias produtivas (CEAGESP, 2010).
 
Os autores Martins e Farias (2002), em seu artigo “Produção de alimentos versus desperdício: Tipos, causas e como reduzir perdas na produção agrícola – Revisão”, publicado pela revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, realizaram um levantamento dos pontos críticos geradores de desperdícios na cadeia de comercialização da produção agrícola no Rio Grande do Sul. 
 
Algumas análises podem ser realizadas a partir destes dados, e pode-se também atribuir o grande desperdício na exposição destes alimentos à diversos fatores externos à produção agrícola, como por exemplo a má disposição nas prateleiras e gondolas, por exemplo. O fato de neste momento os alimentos estarem mais expostos às intemperes de tempo, poluição, calor, frio, entre outros fatores, também contribui para o alto índice de perdas. Deve-se considerar ainda que é neste momento que os alimentos estão disponíveis a um agente ainda mais destrutivo, o homem, que como de costume (pode ser notado à todo momento em hortifrútis e supermercados), sempre busca manusear o alimento, e muitas vezes não tem o cuidado devido em realoca-lo no local de onde o retirou, e assim causa danos à estrutura da fruta, legume ou hortaliça.
 
Por outro lado, notam-se números relativamente menores de perdas em transportes e armazenamento. A globalização tem sua parcela de culpa nesta informação, pois é através da abertura de mercados que novas tecnologias são adquiridas e aplicadas na produção agrícola brasileira a cada ano. Desde carrocerias climatizadas à caixotes de fibra, substituindo as tradicionais caixas de madeira, fazem com que cada vez mais tecnologia seja aplicada no intuito de diminuir o desperdício de alimentos nestes estágios da cadeia de produção.
 
Nesta sequência de imagens (Imagens 1 a 3), um exemplo da tecnologia aplicada ao transporte de alimentos, onde no chassi de um utilitário nacional de médio porte é adaptada uma estrutura, que pode ser climatizada ou não, com todas as especificações para o atendimento à produtos agrícolas de alta perecibilidade, como uva, mamão e ameixa, por exemplo. 
 
Tratam-se de grandes avanços para um setor que até bem pouco tempo transportava sua produção em caminhões completamente desestruturados, sem qualquer cuidado com a manutenção da qualidade dos produtos levados. Com a melhora no poder aquisitivo da população e o fácil acesso à informação, o mercado está cada vez mais exigente, forçando o fornecimento de produtos de maior qualidade, seja no aspecto nutricional ou mesmo no visual, ou seja, aumenta-se a exigência e a solução é aplicar a tecnologia para contribuir na melhora do tratamento dado à produção.
 
Todo este processo de busca pela qualidade do produto apresentado ao consumidor final é amplamente discutido na literatura da Administração de Empresas, e aplicar o conceito ao agronegócio nada mais é de que uma adaptação de formas, que atende perfeitamente ao objetivo final. Abaixo, são listados alguns conceitos encontrados na bibliografia do tema:

Qualidade é ausência de deficiências, ou seja, quanto menos defeitos, melhor a qualidade (JURAN, 1990, p.38).

Qualidade é a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência sobre a satisfação do usuário (FEIGENBAUM, 1994, p.255).

Qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor (ISHIKAWA, 1993, p.55).



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