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O Ócio Criativo - parte II
(Domenico Demasi)

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O ócio é uma arte e nem todos são artistas - Parte II

Se os nossos avós padeciam do tédio de dias sempre iguais, nós padecemos da vertigem por instantes sempre diversos, dilatados, acelerados e excessivos, nos quais se orientam somente aqueles que, dotados de sabedoria, sabem viver com estilo, submetendo e sincronizando os ritmos frenéticos do mundo aos próprios biorritimos.

Quem não tem essa sabedoria, quem não sabe usufruir do luxo da pausa, se vê obrigado a perder a vida verdadeira e se contentar com seus substitutos.

A coca-cola é uma substituta da água da fonte, o ecstasy é um substituto do amor, a heroína é uma substituta da viagem. A felicidade consiste em buscá-la, e quem quer que a busque já está de alguma forma no caminho da sabedoria.

A luta contra o tempo nasce do medo da morte. Por maior que seja o número de experiências que se consiga acumular, existirão sempre alegrias outras, belas, que não teremos tempo de experimentar.

Daqui brotam as infinitas artimanhas para economizar tempo recorrendo a telefonemas e aviões, para enriquecer o tempo escutando o rádio enquanto andamos de carro; ou armazenamos o tempo com secretárias eletrônicos, etc.

A vida é o que acontece enquanto estamos pensando em outra coisa. (Oscar Wilde)

Mordidos pelo bicho-carpinteiro da velocidade urbana, consumimos o luxo das raras pausas, sonhando ou perseguindo a tranqüilidade perdida do mundo rural.

Para muitos se torna difícil, sentir-se igualmente feliz nos dias em que as sensações e eventos com ritmo frenético fazem perder o fôlego, assim como nos dias em que só comigo mesmo, no fundo de uma rua do mundo, poder observar com a serenidade que a distância permite as lanchas que correm pelas estradas do mar e os carros pelas da terra.

Sofremos um curto-circuito de informações. Reduz-se a fratura entre o tempo de trabalho e o tempo de vida.

Posso estar no cinema, em casa e minha cabeça não para de pensar, posso inclusive achar as soluções em plena noite, enquanto tomo banho ou ainda naquele estado intermediário entre o sono e o despertar.
Possuímos um mosaico de pequenas necessidades. Somos propensos a fazer e interagir os momentos enquanto trabalhamos também rimos, brincamos, fazemos observações sobre o mundo externo.

Valorizamos a qualidade de vida não queremos ficar em um engarrafamento nem perder horas de contato com a família.

Ocorre que orientados pelo nosso gosto estético pessoal, escolhemos entre os infinitos swatch e seiko possíveis aquele que, pela forma e pela cor, nos agrada mais. O aspecto técnico do objeto já é considerado garantido, portanto emerge o aspecto estético. Essa possibilidade de escolher entre produtos infinitamente variadas alimenta o desejo, que é muito humano, de se sentir diferente dos outros, em vez de igual.

Aflora a subjetividade, a sermos mais nós mesmos, mais qualidade. Aflora emotividade e junto com ela feminilidade.

Emoção, estética e em parte ética são coisas de mulher na sociedade industrial.  Na sociedade pós-industrial de tipo andrógino os campos da arte e da ciência crescem imperceptíveis no interior da sociedade industrial; germes da sociedade pós-industrial.

Nessa época é privilegiado a produção de idéias, o que por sua vez exige um corpo quieto e uma mente irrequieta. Bolar, inventar, patentear idéias. Motivação, criatividade, esforço mental, admite e ainda exige amor e dedicação. A pessoa deve sentir-se atraída a realizar tal trabalho, pois só pode se feito por puro prazer. Pode ser um prazer com a predominância intelectual, inteligente, livre e, junto com o cansaço pode provocar euforia.

Aqui chego na parte que gostaria de chamar mais atenção, começa então a compreensão do que vem a ser o ócio criativo. Aguarde a parte III, última, do resumo deste livro.



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