Resumo de O maior mico de Amy Winehouse

Já vi shows bons e ruins, mas não me lembro de ter visto um tão amador quanto o de Amy Winehouse. Eu simpatizo com ela. Acho que astros “polêmicos” são necessários, embora desconfie que muito daquilo seja marketing. Gosto dos discos também. Não sou grande conhecedor de soul music e não passo semanas ouvindo “Frank” ou “Back to Black”, mas achei os discos divertidos e bem produzidos. Mas nunca tinha visto um show dela, nem em DVD.
Pelo menos sábado (15/01), Amy cantou como uma amadora. Desafinou muito, errou a letra de várias músicas e atropelou a métrica de outras. Foi de uma antipatia que raras vezes vi em um palco. Não custava ter mostrado um pingo de apreço pela platéia – 30 mil pessoas. Só falava com a banda.
E a banda? Não conheço os músicos, mas posso dizer que foi o pior conjunto que já vi tocando num evento desse porte. Sem vontade, sem garra e tocando o be-a-bá mais rastaqüera, parecia grupo de beira de piscina de cruzeiro marítimo.
Para realçar a ruindade – ou encher um pouco mais de lingüiça – Amy pediu a cada um deles que fizesse um solo. O solo de guitarra foi um daqueles momentos constrangedores em que se fica com pena do cara. O de bateria foi tão chato que nem a Amy agüentou: sentou no palco e ficou esperando aquilo passar.
Via-se que a turnê foi organizada às pressas: não havia cenário, somente uma pavorosa montagem do nome da cantora com a bandeira do Brasil, que parecia banner de agência de turismo.
A banda esteve no palco por 72 minutos. Já Amy, subtraindo os momentos em que saiu do palco, as duas canções que mandou um vocalista de apoio cantar, os solos dos músicos e o intervalo para o bis, não apareceu por mais de 55. Foi a grana mais fácil que ela já ganhou.
Dois fatores realçaram a ruindade do show: em primeiro lugar, o próprio Anhembi, grande demais para shows desse tipo.
Em segundo, Janella Monáe. A cantora se apresentou antes de Amy e, mesmo exagerando na pose e em alguns truques ridículos (ela pinta um quadro no palco), mostrou que canta muito. Janelle e banda deram tudo no palco. Não foi um show incrível, mas pelo menos mostrou consideração por quem pagou ingresso – nada barato.
E Amy? Bom, ela embolsou uma fortuna para cantar que nem uma caloura,bateu a carteira e se mandou. Será parte do marketing? Ou falta de talento mesmo?

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