Metro. Mais Estrelas que no Céu
(Maria João Duarte)
A fábrica de sonhos criada por este americano confundia-se com o pequeno bairro chamado Hollywood (madeira de azevinho) que muitos transformaram em meca do cinema. Fábrica de sonhos de onde saíram nomes famosos como Mickey Roonei, Deborah Kerr, Elizabeth Taylor, spencer Tracy, Clark Gable ou ou Gene Kelly.. E, claro, a maior de todas, Greta Gustafson, rapidamente transformada em Greta Garbo. Dos estúdios da Metro saíram, durante anos, os melhores musicais e filmes tipicamente americanos, género "o rapaz bonzinho que se apaixona pela rapariga mais bonita do lugar". Talvez por isso e pelo sucesso das suas fitas, os críticos de serviço não gostavam da Metro. Mas a razão estava do lado de Mayer e de, por exemplo, o realizador Vincente Minnelli que disse um dia: "o objectivo do cinema é acrescentar um pouco de magia às nossas vidas".
Ir ao cinema ver as estrelas
Quando hoje vemos o êxito de revistas cor de rosa que alimentam os leitores com segredos e mentiras, tricas e inventonas do nosso triste e apagado mundo artístico, não nos espanta que os estúdios de cinema como a Metro inventassem paixões assolapadas, traições e amores para sempre, bodas e divórcios, enfim, uma vida de mentira, superficial, mas sempre fascinante, de molde a manter o público cinéfilo atento ao que se passava naquele reino da fantasia chamado Hollywood. Era preciso alimentar a curiosidade dos cinéfilos. Ontem e hoje, tudo no melhor dos mundos.
Na Metro nada era deixado ao acaso. O "dono" dos estúdios era ao mesmo tempo o "dono" das vedetas. Era ele que dizia que as divas, as estrelas não nascem estrelas. Constroem-se, fabricam-se, como foi, por exemplo o caso de Greta garbo. Louis B. Mayer conheceu Greta na europa e ficou logo apaixonado por aquele rosto fascinante. Aconselhou-a a perder peso e em pouco tempo aquela sueca angulosa transformou-se na diva mais famosa de Hollywood.
Mulheres e homens que tentavam entrar no mundo maravilhoso do cinema passavam pelo crivo de Mayer e, se tinham um palminho de cara, um corpo curvilíneo, um físico atlético, eram aceites e logo sujeitos a uma espécie de lavagem ao cérebro que os ligavam anos a fio, aos grandes estúdios da Metro.
Uma cidade do glamour
Estrelas fabricadas na Metro fazem hoje parte da grandse história do cinema. Clark gable, Ava Gardner, Jean Harlow, Heddy Lamarr, Joan Crawford, Robert Taylor, Esther Williams, Elizabeth Taylor, Spencer Tracy, entre muitos, foram presença quase diária na cidade construida por Lois B. Mayer, 195 edifícios, entre escritórios, oficinas,comissariado, laboratórios, estúdios e um sem número de departamentos onde tudo trabalhava para o êxito dos filmes.
Os seus estúdios eram os maiores do mundo com cenários permanentes e pessoal que mantinha a cidade, noite e dia, pronta para oq ue fosse preciso. Telefonistas, seguranças,, motoristas, costureiras, milhares de homens e mulheres a trabalhar para a fábrica de sonhos que tornou famoso o nome de Hollywood.
Conta-se que foi a Metro, ou melhor, Louis B. Mayer, a escolher o primeiro namorado de Elizabeth Taylor, tinha ela 16 anos. Era um jovem herdeiro do proprietário da cadeia de hoteis Hilton e a participação da produtora foi tão que os noivos casaram numa festa deslumbrante seguida de lua de mel na europa, tudo a expensas da Metro. O vestido de Liz Taylor levou dois meses de trabalho, ocupou quinze costureiras, era de cetim branco bordado a pérolas e vidrilhos, com cauda de 13 metros e véu de tule de seda.
Como a Metro não deixava nada ao acaso, lançou ao mesmo tempo um filme chamado "O Pai da Noiva".
Milhares de dólares nos cofres da Metro
Cada filme que saía dos estúdios era um risco para os patrões da Metro mas os milhares de dólares que entravam, logo a seguir á estreia, eram um estímulo para mais e maiores fortunas gastas na produção de filmes grandiosos como por exemplo "Ben-Hur", "Uma Noite na Ópera" ou o "Feiticeiro de Oz".
E, na rectaguarda, sempre o patrão Louis B. Mayer que zelava por aquilo que convecinou chamar de "estilo MGM": grandes planos suaves, as rugas das damas habilmente dissimuladas pela maquilhagem, penteados refulgentes, sorrisos lânguidos, dentes muito brancos, como escreveu um crítico inglês, Paul Mayersberg.
A constelação de estrelas de que já falámos atrás continuava a aumentar. E tanto podia ser uma actriz ou um actor vindos do teatro como uma vedetinha descoberta num bar como foi o caso da loiríssima Lana turner.
Antes de transformarem em estrelas os actores e actrizes recebiam aulas de interpretação, de dança, de esgrima, de equitação. O estúdio tratava de tudo, da vida profissional, da publicidade, das festas onde deviam ir, como deviam vestir-se e até resolver algum escandalo em que se tivesse metido.
O rugir do leão acompanhava a frase "Art Gratia Artis" (a arte pela arte). O leão rugia desde 1924 e rugiu por muitos e bons anos, "acrescentando um pouco de magia às nossas vidas".
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