Dilma
(mk3062)
Com quase três semanas de exercício no cargo de presidente da República, Dilma Rousseff (PT) concretiza uma ironia política. Ela foi eleita sob os auspícios de Luis Inácio Lula da Silva, mas a nova presidente é o oposto do antecessor. Sem muita disposição para o cotidiano burocrático do cargo, Lula foi o presidente dos palanques. No Palácio, o ex-presidente dedicava-se a eventos. Participava de até três por dia. Um discurso para cada um. Deles, surgiram as pérolas de uma fala que não tinha muito compromisso com a realidade. Já o dia a dia de Dilma é de agenda cheia, com muitas audiências de conteúdo técnico. Nessas audiências, o interlocutor que não estiver preparado vai se confrontar com uma presidente que leu os projetos, que interfere em seu conteúdo e que cobra metas. Ao contrário de Lula, a presidente Dilma não gosta de se expor para a imprensa e tem pouca paciência para ouvir interlocutores políticos na hora de embasar a tomada de decisão, que não costuma ser demorada. No estilo, talvez o candidato derrotado, José Serra, um político profissional, seja menos diferente de Lula do que a candidata bancada por ele.OAB QUER FIM DO MANÁA Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou ontem que vai ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com ações contra todos os ex-governadores que requereram e passaram a ganhar pensões vitalícias dos estados após deixarem seus cargos... A OAB argumenta que o pagamento ‘atenta contra o princípio da moralidade pública, afrontando a Constituição Federal’ e ‘a OAB pedirá a cassação desse benefício’. No Ceará, depois de ser extinta e recriada em duas ocasiões, a polêmica pensão está em vigor. Têm direito ao regalo os ex-governadores Adauto Bezerra, Gonzaga Mota, Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Francisco Aguiar, Beni Veras e Lúcio Alcântara. Aguiar e Veras passaram menos de um ano à frente do Governo. Desses, não se sabe ao certo quem recorreu ao direito e quem está usufruindo do maná. O fato é que há uma decisão do STF, proferida em 2007, que proíbe a concessão de aposentadorias vitalícias a ex-chefes de estado. PARA FORA DA PAUTAÉ no mínimo inusitado o projeto enviado pelo Governo do Ceará à Assembleia Legislativa propondo a dispensa de licenciamento ambiental de obras como estação de tratamento e abastecimento de água, habitação de interesse social, passagem molhada, aterro sanitário, restauração de vias e implantação de estradas e outros. Até o governador declara que não está convencido do mérito da proposta. Trocando em miúdos, o projeto cria um privilégio legal para obras realizadas por entes públicos. Felizmente, as regras ambientais não fazem diferença se o construtor é privado ou público. Portanto, são boas as chances de a medida ser inconstitucional. Do ponto de vista político, a Assembleia é uma Casa absolutamente amistosa na relação com o Governo do Estado. Porém, é imperioso que se coloque a boa vizinhança política de lado e se providencie o rigor na análise da proposta. Diante da dúvida que o governador assumiu diante do seu conteúdo, o melhor mesmo é que ela seja retirada de pauta.
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