Contos de Um Viajante.
(Luiz Carlos Fernandes Navarro)
As memórias de um viajante, contando histórias e estórias de vendedor. Estes casos ou causos são inspirados nas minhas atividades como profissional nas mais diversas funções em que estive, sapateiro, passando por retireiro e até chegar na atual como consultor corporativo e palestrante. Para ser mais exato, um generalista multidisciplinar, com um viés para transdisciplinar. O início da minha trilha se perde no horizonte do passado, contudo desde a minha adolescência já trabalhava como vendedor. Portanto estes contos não obedecerão a uma seqüência linear no relógio do tempo, eles serão narrados de acordo com as reminiscências despertadas e emergidas por fatos atuais que testemunho cotidianamente, todos vocês certamente também os vivenciam. Desde 1983 atuando profissionalmente em diversos segmentos do mundo dos negócios, tive a grata oportunidade de conhecer este país de norte a sul - leste a oeste, relacionando, interagindo e retroagindo com pessoas dos mais diversos naipes. Com as quais aprendi tudo o que sei, como se diz popularmente: “Foi nesta escola da vida que validei o meu diploma universitário”.Os contos que narro, estão ancorados e sustentados por conceitos, teorias ou tendências atuais do mundo dos negócios, desenvolvimento e comportamento humano. Tudo isto temperado com uma pitada de humor tornando-os numa linguagem assimilável e praticável nos afazeres do dia a dia pessoal e profissional. Você já se perguntou, ou parou para pensar, qual é o recurso mais escasso ao mundo dos negócios nos dias atuais, e para os próximos muitos anos? Provavelmente a grande maioria das pessoas responderia rapidamente, e com muita convicção, é o capital financeiro vulgo “dindim” – mais carinhosamente, tentando atraí-lo – grana, dinheiro, e todos concordariam com esta afirmativa sem pestanejar. Certo! Errado. Segundo cientistas sociais e economistas do mundo inteiro, o recurso corporativo mais carente e minguante, é nós – que apesar de ser uma cacofonia – é a mais pura verdade, o capital humano é mais disputado do que o capital financeiro.Visando facilitar o entendimento sobre este tema transcreverei, resumidamente, a definição de Capital Financeiro e Capital Humano do dicionário de economia:Capital Financeiro: [...] O capital financeiro também é entendido como o capital representado por títulos, obrigações, certificados e outros papéis negociáveis e que podem ser convertidos em dinheiro com rapidez. Capital Humano: Conjunto dos investimentos destinados à formação educacional e profissional de determinada população. O índice de crescimento do capital humano é considerado um dos indicadores do desenvolvimento econômico. [...].Uma observação essencial a ser feita, por si só se escancara, é a constatação de que o capital humano para crescer necessita do capital financeiro, e este último só crescerá equitativamente com o desenvolvimento humano, isto parece ser óbvio, mas até bem pouco tempo na gestão das organizações, nenhum “guru” em gestão organizacional havia atinado para este ovo de Colombo, “sem casca”. O resultado desta miopia do capitalismo selvagem foi um profundo desequilíbrio entre a evolução tecnológica e a evolução da espécie humana, notadamente em todas as partes do planeta, principalmente nos países de economia emergente e nos de terceiro mundo. Nos meados dos anos 80 e início dos anos 90 o mundo assistiu a queda do muro de Berlim, na Alemanha, era o fim da União Soviética, cujas consequências provocaram transformações comportamentais na sociedade e a ruptura de velhas crenças. A mais importante, na minha visão de mundo, foi o recrudescimento do movimento humanista em todos os setores da sociedade global promovendo a distribuição do capital financeiro, tímida ainda, mas contínua e persistente evoluindo rapidamente de um movimento idealístico para uma tendência mundial. Com a virada do milênio solidificou-se, a gestão humanizada é hoje uma realidade, pré-requisito para as organizações sobreviverem num cenário mercadológico super competitivo e de disputa acirrada pelo capital humano, constituído por seus clientes internos e clientes externos. Dentro deste cenário de Humanização dos Negócios existem diversas tendências e correntes mercadológicas, e a mais polemizada e que promete muitas discussões dentre as correntes favoráveis e contrárias é a denominada Fair Trade, que transliterada para o bom português significa Comércio Justo, ou seja, a implantação e implementação no planeta de um comércio ético e solidário. Esta tendência já conquistou adeptos expressivos, um exemplo é a Nestlé que se engajou no chamado "Consumo Ético" com uma nova oferta de café com o selo Fair Trade (Comércio Justo). O Rótulo "Partners Blend" representa um café solúvel instantâneo, fabricado com café arábica, plantado por pequenos produtores em El Salvador e na Etiópia.Sustentando o que afirmei acima, o capital humano evoluído aumenta os lucros, e segundo a agência MINTEL, o mercado de Alimentos Éticos na Inglaterra movimentou 1.75 bilhões de libras, 2/3 dos quais eram produtos orgânicos e 1/3 do mercado justo.
Resumos Relacionados
- Gerenciamento De Capital Financeiro
- Http://lcfnavarro.blogspot.com/
- O Capitalismo Financeiro
- Administração: Planejamento Financeiro
- Juro (j)
|
|