Fatores DO MODELADO DO RELEVO
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“Os mares de morros” ou “meia-laranja” característicos da região serrana do Rio de Janeiro são o resultado de um estágio do modelado do relevo pela ação constante de fatores naturais associados.
Modelado é, pois, o conjunto de formas de relevo que caracterizam a paisagem de uma região. Um relevo é trabalhado pela ação do antagonismo entre as forças de dinâmica interna (tectonismo) e as forças de dinâmica externa (desnudação). Da primeira derivam as cordilheiras, montanhas, continentes, planaltos; da segunda, temos a formação de vales, colinas, falésias, ravinas, etc. O agente do processo de modelação através de longos períodos é o elemento da Natureza como a água, o gelo, o vento, temperatura, gravidade, pressões entre outros. O processo é o fenômeno natural desencadeado ou motivado por alguns agentes como: gelivação (gelo), erosão pluvial (chuvas), rastejo do solo (gravidade), terremoto (pressões tectônicas), etc. Portanto há processos tectônicos e os morfoclimáticos.
Um relevo é o resultado de: 1- Fatores Estruturais: a) toda região deprimida corresponde a uma área afundada ou a um volume de rochas friáveis; b) toda região elevada corresponde a uma massa recentemente levantada, ou a um volume de rochas duras. 2- Fatores Climáticos que determinam o tipo de escoamento das águas, a formação vegetal, a desagregação das rochas e o seu arrastamento sobre as vertentes inclinadas. Os fatores climáticos derivam diretamente ou indiretamente do clima (temperaturas, umidade, ventos, chuvas, gelo, neve, etc). Eles variam de acordo com a latitude, tipos de solos, vegetação, etc, e são válidos para estudos globais de climas, tipos de paisagens vegetais, tipos de solos para o entendimento do processo morfoclimático.
Os sistemas de erosão estão relacionados à combinação de vários fatores que atuam em conjunto: - erosão química, mecânica, escoamento pluvial e de detritos, tudo numa relação direta com o clima dominante. Ex. num deserto o vento e o escoamento torrencial da chuva, associado à falta de vegetação cria os “hamadas”, as dunas, os “ueds”, os “yardangs”. O intemperismo provoca a desintegração física e química levando à decomposição das rochas e dos minerais nelas contidos. Ele pode ser químico (hidratação, hidrólise, dissolução, oxidação-redução), e físico (ação biológica, variações térmicas, gelivação). Eles é que abrem caminho para produzir os detritos que serão arrastados pela erosão. O intemperismo é importante processo morfoclimático capaz de criar formas como os matacões, os domos de esfoliação, os mares de blocos, e as “agulhas” pontiagudas. As vertentes dos relevos acidentados são trabalhados pela força de gravidade. Podem ser fluxos lentos, ou rápidos (corridas de terra, de lama, avalanches de detritos), deslisamentos,etc. O rastejo do solo é um movimento lento e quase imperceptivel do regolito sobre as encostas não muito inclinadas. É um movimento coletivo do terreno promovendo as formas arredondadas como as “meia laranja” (área serrana do Rio de Janeiro). Ele decorre do ressecamento e umidecimento alternado do solo, ou do resfriamento e aquecimento, do pisoteamento, de tocas de animais, abalos sísmicos; nessa migração de terras encosta abaixo também há a influência do tipo de solos. A Solifluxão ocorre nas regiões de glaciares com congelamento e descongelamento anual do solo e produz detritos angulosos. A corrida de terras é típica das vertentes abruptas, com solo saturado pela água, a desagregação das rochas, e pode ocorrer rapidamente em poucas horas deixando cicatrizes rochosas expostas nas encostas e um amontoado de lama e detritos na base. As corridas de lama são movimentos coletivos, rápidos, passando por vales como uma torrente após chuvas fortes e deixando barro acumulado nas partes mais baixas. Já as avalanches de detritos são frequentes nas regiões úmidas com cobertura vegetal. Atinge um percurso longo, relativamente estreito das encostas mais abruptas em regiões de clima úmido,em geral após fortes chuvas, e agravado pelo peso do material transportado (em geral a cobertura florestal), “descarnando” as montanhas. É o que tem ocorrido no Brasil na região da serra do Mar (1967 – Caraguatatuba; áreas serranas do RJ – 2010/2011).
A erosão é, pois um processo de desnudação que envolve o desgaste da superfície da terra pela ação mecânica dos detritos transportados. Na outra ponta do modelado temos os depósitos sedimentares acumulados nas várzaeas, nos deltas dos rios, nas praias, em dunas, etc.
O planeta tem passado por períodos de equilibrio biológico com estabilidade relativa dos fatores físicos. As mudanças climática, as atividades humanas, o vulcanismo, a ação dos sismos, etc, quebram esse equilibrio. Na era atual (quaternário) é possivel observar nas formações superficiais o recobrimento das rochas pelos diferentes tipos de depósitos, solos, regolito (manto de decomposição e manto de intemperismo). Pelas características apresentadas é possivel saber como era o relevo da região e como pode evoluir.
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