Resumo de Sem tesão não há solução

O que dizer sobre o tesão de cada dia, se não for o que significa o tesão do Aurélio?
Sim, este tesão está em todo lugar e até mesmo o título do livros saiu de uma situação intusitada que vou deixar em segredo para que você mesmo descubra ao ler este livro.
O reflexo de nossa imagem, objetos, atos que fazemos em um espelho maior que ao mesmo tempo é refletido em nós mesmos, pois somos espelho também. E se no universo, na natureza as coisas se ajudtam pela beleza e pelo prazer porque seria diferente em nós?
O tesão que é falado e repetido em todo o texto é o do mistério que produz nas sementes vegetais a presença dos potenciais da árvore adulta e, incusive, o potencial desta para produzir novas sementes da mesma espécie que, quando germinadas, produzirão árvores mais originais e diversas das que a geraram. O que também ocorre todos os dias nas maternidades do mundo.
O ato criador, o grande tesão de cada dia, como fazem os poetas e amantes, criadores sinseros, tradutores do inconsciente coletivo, a habilidade mágica de revelar individualmente os mistérios do cosmos.
O tesão individual único é a única arma que temos de lutar contra as tentativas de dependência e limitações sócio-culturais.

Interessante ponto de vista sobre a perda do prazer e a substituição pelo sadomasoquismo, como por exemplo, onde pela dor e sofrimento se conquista o perdão.
Pesquisas de antropologistas revelam que o ser humano passou a preferir o poder da posse e domínio sobre os outros homens ao prazer de conviver criativa e amorosamente com eles, quando inventou a agricultura, o domínio dos animais e escravizou também os homens pelo poder físico acrescido e reforçado pelo poder tecnológico e econômico.
A disciplina e a responsabilidade segundo o autor, tem significados diferentes. Um outro ponto de vista muito especial e que faz realmente pensar um pouco.
Na natureza existe uma disciplina rígida, mas contraditória também, afinal todo o ano temos quatro estações, mas nenhuma é igual a outra.
A vida também se organiza em um modelo rítmico, mas é livre o seu tesão, que varia segundo as circunstância que geram novas e originais melodias e harmonias.
Outro exemplo interessante, ao ter de realizar uma tarefa uma determinada pessoa coloca o prazer possível na sensação aliviada e orgulhosa do dever cumprido a qualquer custo. Quando um comportamento tesudo, não teria pressa para acabar e sim deliraria de prazer ao executar tal tarefa com total vontade, ou seja é exatamente o contrário.
Assim, ficou claro para mim algo interessante que nunca havia pensado. A palavra responsabilidade não significa a realização de um ato moral, atesta apenas sua capacidade de cumprir obrigações, de responder e assumir atos realizados, mas não designa que tal pessoa é confiável e disciplinada. Claro que tudo o que fazemos reproduz nossa ética, ideologia, etc. O autor tenta mostrar a relação entre o nosso medo e o nosso tesão no viver cotidiano.
Fica no ar, algo a pensar: se o que fazemos por responsabilidade é auto ou heterorregulada, ou seja se há originalidade para a qualidade e a sinceridade dessas respostas?

Isto é resumidamente agir com alegria, sentir naturalmente emoção pelas coisas belas, o tesão de viver. O autor diz: “Trabalho só quando estou alegre. Sinto que se estou fazendo uma entrevista (...) escrevendo um livro e tudo isso é um tesão, então não é trabalho. Então dá tempo pra tudo.”

Na entrevista, que consta nos capítulos finais do livro, reponde a pergunta do jornalista, com humor gostoso:
P. – Você, então, é um otimista?
RF. – Sim, talvez. Não tenho culpa de nem tudo estar perdido.

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