Trauma Psíquico
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Acontecimento desagradável da vida do sujeito, que se define pela sua intensidade emocional e pela incapacidade em que se encontra o sujeito de reagir a ele de forma adequada. O trauma psíquico poderá produzir transtornos, pela não elaboração (uso racional) e efeitos patogênicos duradouros na organização psíquica, gravando uma representação, intensamente carregada de afeto (desagradável).
Em termos econômicos, o traumatismo caracteriza-se por um afluxo de excitações excessivas, em relação à tolerância psíquica e neurológica do sujeito e à sua capacidade de dominar, de elaborar ou sublimar psiquicamente estas excitações.
A noção de traumatismo remete, primeiramente, como o próprio desagradável. Freud apontou, para uma concepção econômica: “Chamamos assim a uma vivência que, no espaço de pouco tempo, traz tal aumento de excitação à vida psíquica, que a sua liquidação ou a sua elaboração, pelos meios racionais normais e habituais, fracassa e que não pode deixar de acarretar perturbações duradouras no
funcionamento psíquico”. O afluxo de excitações é excessivo, em relação à tolerância do aparelho psíquico, quer se trate de um só acontecimento muito violento (emoção forte), ou de uma acumulação de excitações desagradáveis ao longo de um tempo; cada uma das quais, tomada isoladamente, seria tolerável. O princípio de constância energética (homeostase, pela elaboração) e da inércia (descarga emocional), começa por ser posto em xeque, pois o aparelho não é capaz de eliminar a excitação
excedente.
A etiologia das neuroses se encontra nas experiências traumáticas. A eficácia do tratamento é procurada numa ab-reação, numa catarse psíquica das experiências traumáticas. É clássico, também, indicar que esta concepção passou, progressivamente, para segundo plano, pois há sempre a necessidade da perlaboração (uso do ego que avalia e se avalia, ou seja, do campo racional).
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