Resumo de Os Sete Deuses da Sorte - Carlos Roberto (Amon Sol)

Os Sete Deuses da Sorte ou da Boa Fortuna (shichi fukun jin) são divindades da mitologia japonesa. Esta crença começou aproximadamente há 500 anos, com a economia do Japão em crise devido a inúmeras guerras na esperança de ganhos momentâneos que atenuassem os tempos difíceis.
Praticamente desconhecida do público ocidental, a lenda originou-se em Kyoto, através da adoração das figuras de altos oficiais, representantes das religiões (budismo, xintoísmo e taoísmo) para os quais as pessoas passaram a rezar por colheitas abundantes e prosperidade do país.
Quando a cultura popular começou a florescer, os Sete Deuses tornaram-se bastante cultuados. Deu-se o início à peregrinação "shichi fukun jin" de visita aos templos e santuários associados a eles com o intuito de pedir o bem-estar da família e o sucesso nos negócios.
Representados no topo de uma “takarabune” (barca do tesouro), existe a crença de que dormir com esta imagem atrai a boa fortuna nos negócios e o bem- estar. São eles:
Benten
Única mulher do grupo. Simboliza a amabilidade e protege as artes e a beleza feminina. Associada às águas dos lagos, rios e mar. Tem a figura de uma mulher jovem com instrumento musical de cordas ou cavalgando um dragão marinho. Nos contos épicos japoneses muitos samurais lendários, deparam com Benten em momentos difíceis e dela recebem orientações. Possuir uma pintura ou estatueta dessa deusa garante saúde, beleza e desenvolve talentos artísticos.
Bishamon
Um dos guardiões do budismo usa trajes de guerra e segura uma lança, às vezes com um halo de fogo. A ele muitas funções são atribuídas, mas sempre apresenta-se como um deus guerreiro, distribuidor da riqueza. O tesouro nesse caso são os ensinamentos de Buda. Protege contra os demônios e as doenças. Não deve ser confundido com o deus da guerra (Hachiman). Ter a imagem desse deus em casa afugenta ladrões e preserva os bens familiares.
Daikoku
Deus da prosperidade e da fartura. É o mais alegre dos deuses. Representado como um homem gordo que traz prosperidade, riqueza e fartura sendo patrono dos fazendeiros. É muito popular entre os agricultores japoneses, pois protege as colheitas. Aparece em pé, sobre sacos de arroz, sorrindo, e traz na mão um martelo de madeira (a cada batida surgem moedas de ouro) onde a martelada representa trabalho. A imagem de Daikoku garante progresso profissional e enriquecimento ligado ao trabalho.
Ebisu
Deus da sinceridade. Representa honestidade e trabalho. É o protetor dos pescadores e comerciantes. Geralmente aparece na figura do pescador, pois sempre está com a cumbuca e uma vara de pescar. Ebisu não dá o peixe, ensina a pescar. Ter sua figura em casa ou no estabelecimento comercial garante sucesso nos negócios.
Fukurokuju
Deus da felicidade, riqueza e longevidade. Seu nome é composto pelos ideogramas fuku (felicidade), roku (riqueza) e ju (vida longa). Simboliza a popularidade. Diz a lenda que ele foi um sábio eremita chinês. Quase sempre é acompanhado por um veado e às vezes por uma tartaruga, símbolos da longevidade. Quem ganhar uma estatueta ou pintura de Fukurokuju tende a ficar popular e garante longevidade. Passar a mão na careca dele, melhora a inteligência.
Hotei
Senhor da generosidade humana. Vive sorrindo, sempre de bom humor, traz saúde e felicidade, pois está sempre satisfeito com o que tem. Hotei tem recurso interior para todos que queiram atingir a serenidade completa Geralmente é representado com uma enorme barriga e roupa caindo pelos ombros. Seu abdômen avantajado não simboliza a gula, pelo contrário, é símbolo da satisfação. Também é conhecido como o "Buda gordo", frequentemente encontrado em templos, restaurantes e amuletos. O "hara" (ventre) representa o coração e personalidade, portanto seu vasto "hara", representa grandiosidade de espírito. No Ocidente ele é muitas vezes erroneamente visto como uma representação do Buda Siddhartha Gautama. Apreciar uma pintura ou ter uma estatueta de Hotei espanta as preocupações.
Jurojin
Deus da longevidade e sabedoria. Com uma longa barba branca, traz na mão um cetro sagrado ou um bastão onde está pendurado um pergaminho contendo as escritas da sabedoria universal. É também considerado um deus da ecologia, porque geralmente aparece junto de uma garça tipo grou (tsuru), uma tartaruga ou um veado. Às vezes é representado com um pote de saquê e só permite que a morte se aproxime quando a pessoa esta preparada para evoluir espiritualmente. Apreciar uma pintura de Jurojin diariamente traz sabedoria e longa vida.

Namastê!

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