Uma besta atravessa a neblina.
(Fernando Fernandes Omena)
Uma besta atravessa a neblina similar a um fantasma que atravessa um espelho, rumo a central do Brasil, são quatro da manhã e milhões de subnutridos mergulhados em vagão, no seu próprio deserto de ideias perdidas. São quatro da manhã, são quatro da tarde, não sei ao certo e milhões de subnutridos mergulhados no único deserto de ideias disponível no momento. Eles navegam no seu itinerário de rotina, talvez uma definição carioca de "sufoco" seja "sem leveza e sem ar, sob o sol oxidado de novembro" eles se locomovem assim sob os trilhos urbanos e seus sonhos alterado pela realidade concreta dos absurdos diários. Dentro da besta metálica que desliza na rede elétrica, eles se transformam na mesma maquina incapaz de fugir do seu próprio destino, porem seu rumo certo nunca tem hora exata, nem precipício, meio ou fim,
que apenas perfazem automaticamente o obsoleto paradoxo de desencontros em uma simetria de semelhança
que jamais se encontra no infinito.
Enquanto a velha Maria Fumaça inclina sua pintura nua, que afunda na infinita tinta amarela do tempo, a tela se congela em uma espécie cicatriz rígida. O amor é uma piada sem cor sem, contorno o forma, um quadro vazio na imensidão do desejo. Qual o sentido de um corpo sem alma? Qual o sentido do fogo sem a luz? Por que um fantasma atravessa um espelho na neblina do sonho? Que pesadelo pode se transformar em uma besta por um inocente desejo?
Que corre sem vontade, que se arrasta sem desejo, que viaja sem vapor, talvez você esteja perdido ou se preferir cidadão do nada no país imaginário que ainda não foi concebido.
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