Sobre ratos heróis e outros bichos
(Roelf Cruz Rizzolo)
É evidente que não encontraremos ratos e camundongos classificados como os melhores amigos do homem. Caso notamos a presença de qualquer ratinho em casa, imediatamente providenciamos veneno ou ratoeiras para exterminá-lo. Entretanto, os ratinhos estão entre os melhores amigos da humanidade. Isto porque, boa parte da ciência biológica que nos permitiu e permite viver mais e melhor, sempre foi graças à utilização desses pequenos animais de experimentação. Para ratificar esta afirmativa de modo mais contundente, surge agora a notícia de que os roedores estão sendo treinados para nos cheirar e, com isso, detectar precocemente doenças como tuberculose e câncer.
Esta notícia é procedente da África, onde um grupo de pesquisadores decidiu treinar um roedor comum na Tanzânia, o cricetomys gambianus, para detectar minas terrestres.
Em troca de afagos e bananas, o roedor foi capaz de identificar e localizar os explosivos a base de TNT.
Com isso, o ratinho ganhou enorme notoriedade e um site próprio: WWW.herorat.org , onde está disponível toda esta história e pode-se ver o bicho de perto.
Este mesmo animal está sendo treinado agora para, de forma eficaz e barata, detectar a bactéria da tuberculose em escarros de pacientes.
Conforme um estudo feito em 2010, os roedores conseguiram detectar a bactéria com 86% de acerto. O que mais causa admiração é que, o faro dos animais, detectou a bactéria em 46% das amostras que já tinham dado negativo na análise ao microscópio.
Uma nova análise com técnicas mais sofisticadas concluiu que os ratinhos estavam certos e o microscopista errado.
Este novo método quando definitivamente conclusivo, será de considerável valia e muito mais barato, tendo em vista que a tuberculose é pandêmica na África. A aparelhagem do teste tradicional custa em torno de US$17.000,00 e cada teste US$17,00. Algo fora da realidade de boa parte da população daquele continente.
Certos cães também estão sendo usados com muito êxito, para detectar câncer de intestino, cheirando as fezes dos pacientes
A capacidade desses animais para diferenciar com acerto as amostras provenientes de indivíduos sadios e doentes, vai depender do treino recebido, da sua própria saúde e da sua motivação. Mesmo assim, eles podem servir de modelo para a construção de sensores eletrônicos que consigam detectar cada uma das moléculas que exalamos, até mesmo aquelas relacionadas com nossas mais variadas doenças.
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