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Salazar e a Construção Europeia
(Sara Castro)

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Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se desvastada, destruída e em plena crise financeira. As democracias liberais tinham saido vitoriosas, e os EUA e a URSS apareciam agora como as duas potências hegemónicas da época. Com tudo isto surgia igualmente a ameaça comunista.

Em Portugal, a situação era calma, podemos mesmo dizer que a avaliação da situação económica nacional era optimista. As relações externas de Portugal nesta altura eram essencialmente com as suas colónias, com os seus territórios ultramarinos, e não tanto com os outros países europeus, excepto com o sua aliada, a Inglaterra.

A forma como Salazar conseguiu equilibrar as suas ideias económicas e políticas, foi a de ter sabido nunca se comprometer directamente em tomadas de posição, sabendo utilizar sempre um discurso ambíguo que lhe foi permitindo a sobrevivência do seu regime e da sua visão da política externa.

Se analizarmos bem todas as atitudes de Salazar no âmbito da política externa, vemos que nem sempre o seu discurso foi o mesmo. Alterava a sua posição sem, no entanto, o reconhecer e devido à sua ambiguidade, conseguia alterar posições políticas sem que isso fosse claro.

Por isso vemos que aquilo que se afirmou durante muito tempo, sobre a sua política, o "orgulhosamente sós" fosse simplesmente um engano, pois Salazar sempre esteve dependente de outros países para se poder manter no governo, não abdicando dos seus princípios fundamentais.

Um desses exemplos, é o do Plano Marchal em que a ideia que pairou durante muito tempo foi a de que Portugal tinha recusado o seu apoio. Neste exemplo como em muitos outros, a ideia não é de todo correcta uma vez que Portugal só conseguiu "sobreviver" económicamente devido aos apoios externos. Mas, com habilidade, Salazar conseguiu aceitar o apoio conseguindo manter a ideia de que não o fazia.
Isto foi possível porque, a primeira decisão que toma é a de recusa, fazendo com que essa ideia fique na memória colectiva. Quando, mais tarde aceita a ajuda, fá-lo dando a entender que apesar de Portugal não necessitar da ajuda para a sua economia , sentiu que esta seria necessária para a Europa poder resistir ao avanço do comunismo .

Salazar durante todo o período do pós guerra, consegue nunca se comprometer com tomadas de posição claras, que o viessem a ligar a uma única visão dos acontecimentos. Consegue por isso dar a ideia de uma força que não possuía, de um poderio que não existia e, fundamentalmente nunca abandonar qualquer dos seus princípios ideológicos.

Ao longo de todo o período do pos guerra, vemos Portugal ter posições contraditórias, consoante as necessidades do momento. São exemplo disso as suas posições sobre os Estados Unidos da América.

Os seus principais objectivos, foram sempre de manter a soberania nacional tal como a definia e a preservação do império uno e indivisível.

Com o Plano Marshall trouxe imensas vantagens a Portugal. Mas, enquanto ciente disto, Salazar sentia-se também receoso da solução que os Estados Unidos propunham, de uma solução federativa, que ele rejeitava em absoluto. Para ele, a cooperação entre países, devia ser estritamente económica, o que se percebe bem se compreendermos a situação política europeia do momento, em que existia o aumento de regimes democráticos e que começavam a dar passos no sentido de dar autonomia às colónias.

Quando, em 1949 Portugal adere à Nato, sem custos além da cedência da Base das Lajes, fica numa situação priveligiada.

Este facto, vai contribuir para que Portugal, apesar das suas diferenças políticas esteja com a porta aberta para a sua integração em novos órgãos internacionais .
Apesar da aversão de Salazar à cooperação europeia, ele é forçado a reconhecer a sua importância e a colaborar de forma a poder manter os apoios de que necessitava a nível económico, principalmente no que diz respeito ao aumento de exportações, o que era fundamental. Assim, esteve presente na criação da UEP e, posteriormente, no Acordo Monetário Europeu.
Mas, o grande desejo de Salazar era tentar fazer com que o império português se pudesse constituir à parte das colaborações internacionais mostrando grandeza e independência com a criação do Espaço Económico Português.
Entretanto, face às hipóteses cada vez maiores do surgimento de uma federação europeia, Salazar começa a opôr a ideia de um espaço ibero-americano, composto pelo império português,Espanha, Brasil e das repúblicas da américa central e sul.

Para concluir, no que diz respeito á política externa portuguesa durante o período de Salazar, ficou marcado pelo que indicava ser um regresso aos pressupostos tradicionais . No entanto, ao longo dos anos isso foi-se alterando. A politica externa Portuguesa sofreu várias modificações, Portugal aderiu a várias instituições e organizações ( tais como Pacto Ibérico, Plano Marshal, OCEE , NATO , ONU, EFTA, GATT, CEE) mas no fundo o que sempre tinha tipo importãncia para Portugal era a Aliança Inglesa e o Império Colonial. No fundo Salazar tinha aderido a estas de forma a poder ter acesso aos beneficios económicos, e de forma a salvaguardar igualmente as suas colónias.



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