Sobre um espelho das águas e o brilho de certa estrela, a ficção se pr
(MAIA; Rita Maria de Abreu)
RESUMO
MAIA, Rita Maria de Abreu. Sobre um espelho das águas e o brilho de certa estrela, a ficção se projeta e se cria...: Considerações sobre o processo ficcional em Um beijo de colomeina, de Adriana Lisboa. In.: DEALTRY, Giovana; LEMOS, Masé; CHIARELLI, Stefania (org). Alguma prosa: ensaios sobre literatura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007, p. 55-61.
Rita Maria de A. Maia, apresenta a ficção Um beijo de colombina (2003) como uma das obras produzidas na contemporaneidade, que é caracteriza pela forma como o escritor trabalha o enredo por meio de um discurso centrado na própria história do livro. Isso tem como objetivo surpreender o leitor. No exemplo dado pela escritora, é uma obra que faz intertextualidade com a obra de Manuel Bandeira, além de explorar diversas simbologias, metáforas e mitos que podem se observados ao longo da leitura em que João, o sujeito narrador, inicialmente conta à história de sua companheira Tereza, personagem que se atirou no mar de Mangaratiba. Porém, à medida que ele narra, é como se ele deixasse de sê-lo, e ela renascesse das águas e contasse sua própria história. Tal duplicidade e desdobramento do sujeito são classificados pela autora como jogos de espelhos, porque a história contata por João é espelhada na vida de Tereza, em uma tentativa de conhecer sua vida e o que a levou ao suicídio. Dessa forma, ele procura narrar estabelecendo uma semelhança perfeita e gemular, como diz Perrot (2000), embora seja a narrativa de um personagem projetada no outro. Esses recursos, segundo a autora, são muito comuns na contemporaneidade.
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