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Noção de Normalidade/ Conceito de Saúde
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde se definiria pela ausência de doença, assim como por uma situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Mas é difícil definir esse estado de perfeito bem-estar, já que perfeição não é definível, se trata de algo muito subjetivo. Freud, mostrou que a perfeita felicidade é algo impossível dentro da civilização, já que o os homens preferiram trocar a liberdade pulsional por um pouco de segurança, essa troca se deu para que o homem pudesse viver dentro de uma organização social; viver em sociedade implicou em renunciar certos sentimentos para poder assegurar alguns benefícios, o que para Freud resultou no constante sentimento de mal-estar que a civilização trouxe.
Ganguilhem em seu trabalho definiu que um homem normal seria aquele que se adapta ao seu meio, antes de Freud, os psiquiatras separavam as pessoas ditas normais daquelas que apresentavam doenças mentais, essas doenças mentais englobavam os que neuróticos, psicóticos, entre outros, Freud em suas publicações demonstrou que não existia entre esses traços que os dividissem dessa maneira. Tomando a neurose como exemplo, pode-se dizer, a partir de Freud, que ela é uma certa forma de normalidade. Mas mesmo as pessoas adaptadas mentalmente podem apresentar traços neuróticos, por exemplo.

Bergere nos fala de personalidade normais e pseudonormais, definindo as normais como estruturas estáveis e definidas em si que se defendem conta a descompensação por uma adaptação a sua originalidade; as pseudonormais não correspondem a estruturas profundas, estáveis e definidas, imaturas estruturalmente, lutam e tentam evitar depressões ou perigos. Esse autor nos fala da ambigüidade que existe nessa noção de normalidade. O que nos remete a Freud que colocava os neuróticos dentro da chamada normalidade, podemos então pensar nos neuróticos como pseudonormais, quando pensamos nessa divisão feita por Bergere.

Há de se levar em conta os aspectos subjetivos de cada sujeito na sua interação ao meio em que vive e participa para se poder delimitar o que é doença, o que é saúde, o que é sofrimentos, por exemplo; assim como o que se pode considerar normalidade ou pseudonormalidade no contexto em que vive tal sujeito.

A OMS faz destaque entre o físico, o mental e o social; essa interação tem sido muito estudada pela psicossomática, onde se considera que o psíquico responde ao corporal e vice-versa. A psicossomática de inspiração psicanalítica observa que certas doenças são expressões do inconsciente, onde ao invés do sujeito produzir sintomas psíquicos e simbólicos, como no caso da neurose, tende a responder ao excesso de excitação que não pode elaborar utilizando o corpo real. As formas de organização da sociedade contemporânea seria um grande fator causador de tal somatização; já que várias doenças somáticas encontram sua origem na problemática afetiva que não pode ser vivenciada no plano propriamente psíquico, assim sofrendo o corpo real.

A partir dessa concepção que faz a psicossomática se percebe a importância que existe em tratar o doente e não a doença, ou seja, a utilização de técnicas que visem a afetividade do sujeito, mais do que a expressão somática de sua turbulência emocional. Um vinculo afetivo entre o profissional da saúde e seu paciente, teria uma ação eficaz sobre o sofrimento do paciente e provocaria a promoção de uma melhora no estado deste. Sabendo-se que na perspectiva psicanalítica, esse vinculo afetivo trás condições para o exercício da autonomia das pessoas envolvidas, e que leva o paciente dar ao profissional da saúde um papel paternal, já que este despende cuidados para com ele, fenômeno que a psicanálise chama de transferência, importante para o progresso da intervenção na promoção de bem-estar.

Se olharmos para a doença como meramente fenômeno estatístico e desconsiderarmos a integração existente entre o físico o mental e o social, não chegaremos a lugar nenhum quando se diz respeito a promoção de saúde. Importante também ao considerar a autonomia daqueles que procuram ajuda dos profissionais de saúde, aqueles que manifestam vontade de ser ajudado certamente terão sucesso em seu tratamento, enquanto aqueles que são “obrigados” a tratar-se sofreram ao controle de normatização social.

Pode-se pensar então que a interação dos aspectos, físico, mental e social, bem como considerar os aspectos da autonomia dos sujeitos e sua subjetividade devem ser levados em conta para se pensar em conceitos como saúde, doença, sofrimento, inclusive qualidade de vida. Poder-se-ia pensar em saúde como um estado de harmonia entre o sujeito e sua própria realidade; sabendo-se que para cada sujeito existe uma particular realidade, uma particular maneira de lidar com as pressões sociais, com as angústias que essas lhe causam, e uma maneira particular para expressa-las.

NOÇÃO DE NORMALIDADE – Bergere, J. A personalidade normal e patológica.

O CONCEITO DE SAÚDE – Segre, M. , Ferraz, F. C. Revista de Saúde Pública.



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