Resumo de Carnaval e mortes no trânsito

A combinação explosiva de folia, álcool, imprudência, negligência, excesso de velocidade, cansaço e tráfego acima da paciência dos motoristas causa, a cada ano, uma enxurrada de mortes no trânsito. No entanto, não são somente as mortes que afetam a sociedade. Um grande número de vidas acaba se tornando mutilada invalidando-se para atividades socialmente produtivas obtendo danos psicológicos irreversíveis. Vejamos algumas das manchetes em blogs do país:

- Santa Catarina registra aumento de 144% no número de mortes no trânsito no Carnaval (Zero Hora)

As estradas de Santa Catarina contabilizaram um triste recorde em acidentes de trânsito neste Carnaval. Foram registradas pelo menos 44 mortes nas rodovias federais e estaduais que cortam o Estado. Com o acidente que matou 27 pessoas em Descanso, no Extremo-Oeste, SC pode se tornar o primeiro em mortes no trânsito no Brasil em 2011.

Em quatro dias de feriado e operações da PRF e da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), ocorreram 543 acidentes nas estradas. As mortes, geralmente concentradas na BR-101, ocorreram em maior número na BR-282. Foram 43 mortes na rodovia que liga o Litoral ao Oeste, pouco mais que 26% do número total no Carnaval.

No mesmo feriado em 2010, 18 pessoas morreram nas estradas de Santa Catarina, um número menor que 2009, que registrou 22 mortes. Em 2011, foram 36 mortes em rodovias federais e 8 em estaduais, aumentando em 144% o número de mortes em relação ao ano passado.

- Pará teve o carnaval mais violento (Diário do Pará)

O carnaval acabou quarta-feira (9) e junto com as lembranças da folia deixou um triste recorde. Com oito mortes, o período foi o mais violento nas estradas federais paraenses nos últimos anos. Além do alto número de fatalidades, também foram registrados 107 acidentes e 2773 autuações por infração de trânsito entre meia-noite de sábado e as 23h59 da terça-feira (8), o que representa dados muito superiores aos do ano passado, quando nenhuma morte foi contabilizada.
Segundo a PRF, a falta de atenção continua sendo a maior responsável pelos acidentes, 43%. A ingestão de bebidas alcoólicas também influenciou nos registros, principalmente na gravidade das ocorrências. “Acidentes com condutores embriagados são sempre mais sérios e causam vítimas fatais”, explicou o superintendente. Ao todo, foram realizados 2037 testes de alcoolemia – popularmente chamado de bafômetro – e 17 prisões por embriaguez ao volante.

No Brasil, o carnaval também foi violento. No período, houve 3.563 acidentes e 189 morreram em acidentes nas estradas federais.

No ano que vem, a carnificina no trânsito será ainda pior
Por: Sérgio Pires (Site Rondônia Dinâmica)

Há algumas coisas que se repetem e só pioram, mesmo com todos os avisos, as orientações, os exemplos. O trânsito nesse carnaval matou cerca de 200 pessoas apenas nas rodovias federais do país, muito mais que as 123 mortes no mesmo período do ano passado. Não se contam nesses números o incrível número de vidas perdidas em rodovias estaduais e dentro das cidades. Todo o ano, o Brasil mata, no período de carnaval, entre 200 e 400 pessoas, uma grande maioria de vidas jovens. Some-se a isso o que a violência leva para o caixão, durante as festas e chega-se a um espantoso número de vidas perdidas em tão pouco tempo. Muito mais que o total de vítimas fatais em guerras sangrentas mundo afora. Há, claro, acidentes por falta de sinalização, por estradas ruins, por falhas mecânicas. Mas a grande maioria deles resulta do excesso de velocidade, de total desrespeito à sinalização e, pior que tudo, de gente alcoolizada que dirige.

Em Porto Velho, no ano passado todo, tivemos mais de 50 mortes no trânsito. Nos primeiros dois meses e alguns dias de 2011, já se registram mais de uma dezena de vidas perdidas. Somos iguais ao resto do Brasil. Nosso trânsito é uma esbórnia, uma esculhambação, uma soma de desrespeito e irresponsabilidade. Estamos nos matando dentro dos nossos carros. Todos os dias, toda as semanas, todos os anos. Nos feriadões, principalmente os festivos, terminamos a festa enterrando nossos familiares e amigos. Não há luz no final do túnel e nenhuma campanha educativa dá resultado. Nada muda. No ano que vem, a carnificina continua.

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