O Veneno que Cura
(Rogério Tuma)
Inicialmente, em 1817, Justinus Kerner, sanitarista e poeta, descreveu sinais de envenenamento por salsicha. Na época não era possível determinar o agente causador da doença. Cerca de oito anos após, o belga Van Ermengem, investigou 20 mortes que aconteceram depois de um jantar e associou o ocorrido a uma bactéria. Em 1928, a toxina botulínica pode ser conhecida e purificada, porém somente em 1949 foi descrita a sua capacidade de fazer uma espécie de bloqueio neuromuscular.
Durante a Guerra Fria, a toxina foi usada como arma biológica pelos Norte Americanos. Foi utilizada na Guerra da Coréia, porém apesar de todas as características de potência venenosa, o produto era altamente frágil e instável. Depois do insucesso como arma de guerra, o exército dos EUA adotaram a toxina a um oftalmologista, denominado Alan Scott, que foi pioneiro em usar a toxina para o tratamento de estrabismo e blefaroespasmo.
Em um curto período de tempo, a demanda pela produção da toxina tornou-se inviável para o oftalmologista, por isso ele vendeu a fórmula para o laboratório Allergan em 1989. Após a aprovação do botox para o uso terapêutico no tratamento de blefaroespasmo e contratura facial, sua aplicação tornou-se generalizada como o procedimento não cirúrgico mais aplicado.
Desde quando fora aplicada na medicina estética o Botox virou sensação, não se esquecendo de suas aplicações neurológicas. Hoje ela é utilizada para o tratamento de espasticidade, distonias (contrações involuntárias), torcicolo espasmódico, blefaroespasmo, espasmo hemifacial e existem também, indicações ao tratamento de sudorese. Além de seu uso estético, que auxilia diversas madames e senhores em seus tratamentos em busca do rejuvenescimento a toxina alivia as dores de muitas pessoas que tem problemas neuromusculares.
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