Substâncias Tóxicas Persistentes
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As Substâncias Tóxicas Persistentes (STP) são substâncias altamente tóxicas, formadas por compostos químicos orgânicos semelhantes aos dos seres vivos. Suas principais características são alta hidrofobicidade, baixa reatividade no meio ambiente e grande tendência para se acumular nos tecidos dos organismos vivos. Elas se destinam para o ar, água, solo, sedimento e biota, através de dissolução, volatilização, adsorção, partição de solvente e bioconcentração. No ar essas substâncias são liberadas através da queima de combustíveis fósseis, da queima do alcatrão por exemplo. No aquático através dos vazamentos durante o transporte e armazenamento de óleos minerais. Na biota é através da respiração, ingestão de alimentos e de sedimentos, e no solo através de processos de degradação ambiental (química e biológica).
As STP possuem diferentes classes. As bifenilas policloradas (PCBs) são compostos caracterizados pela presença de anéis aromáticos halogenados, que tiveram várias aplicações industriais na forma de misturas técnicas de seus isômeros, sendo usadas em componentes de capacitores e transformadores elétricos, bombas de vácuo, turbinas de transmissão de gás, fluidos hidráulicos, resinas plastificantes, lubrificantes, óleos de imersão, misturas de pesticidas e papel carbono. Assim como os pesticidas organoclorados, as bifenilas policloradas são muito persistentes. Devido à estabilidade e ao seu uso indiscriminado, acumularam-se no meio ambiente. Sabe-se que os alimentos são os principais responsáveis pela acumulação de PCBs no organismo humano. A ingestão contínua de pequeníssimas quantidades de compostos organoclorados presentes nos alimentos impõe ao homem o risco de diversos efeitos tóxicos, como neurotoxicidade, carcinogenicidade, mutagenicidade, teratogenicidade, alterações imunológicas e hormonais, irritação e lesão ocular e cutânea. O principal destino das PCBs são os rios e lagos.
Também há pesticidas clorados, que são os grupos químicos dos agrotóxicos compostos por um hidrocarboneto clorado que tem um ou mais anéis aromáticos. Embora sejam menos tóxicos (em termos de toxicidade aguda que provoca morte imediata) que outros organo-sintéticos, são também mais persistentes no corpo e no ambiente, causando efeitos patológicos no longo prazo. O agrotóxico organoclorado atua no sistema nervoso, interferindo nas transmissões dos impulsos nervosos. O famoso DDT faz parte deste grupo.
O DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano) é o primeiro pesticida moderno, tendo sido largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos causadores da malária e do tifo. Trata-se de inseticida barato e altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo tem efeitos prejudiciais à saúde humana. Pode ocasionar câncer em seres humanos e interfere com a vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os pássaros.
O DDT foi banido de vários países na década de 1970 e tem seu uso controlado pela Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes. No Brasil, só em 2009 o DDT teve sua fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso proibidos pela Lei nº. 11.936 de 14 de maio de 2009. Como o DDT é facilmente transportado pelo ar e pela chuva, pode ser encontrado em lagos, por exemplo, mas quase sempre em níveis aceitáveis. A substância tem uma meia vida de vários dias em lagos e rios e se acumula na cadeia alimentar, pois os animais são contamidados por ele e depois ingeridos por seus predadores, que absorvem o DDT. O acúmulo de DDT na cadeia alimentar causa uma mortalidade maior do que o habitual nos predadores naturais das pragas, tornando questionável a utilidade do inseticida a longo prazo, uma vez que pode levar ao descontrole dos insetos. Além disso, o acúmulo da substância em peixes pode contaminar os seres humanos.
Além do DDT também há o Aldrin, inseticida sintético do grupo dos organoclorados. O aldrin transforma-se em dieldrin quando exposta no ambiente ou no organismo vivo. O dieldrin acumula-se na gordura à medida que se sobe na cadeia trófica (cadeia alimentar). Foi nos anos 50 do século XX que este inseticida começou a ser usado na agricultura e na veterinária. Seu uso é para o combate de vermes, escaravelhos e cupins que habitam o solo. Seu uso ainda é considerável no combate aos cupins. Já está proibido e restringido em vários países por meio da Convenção de Estocolmo. A forma mais comum de exposição ocorre via consumo dos frutos do mar e produtos ricos em gordura, como o leite e a carne. São especialmente nocivas entre os animais aquáticos. Ambas as formas são nocivas, aldrin ou dieldrin, e animais expostos a estas substâncias apresentam alterações no fígado, no sistema nervoso, imunológico ou hormonal, também provocam anormalidade nos fetos e são prováveis substâncias cancerígenas.
Mais informações: http://www.blogadrianareis.blogspot.com
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