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Do Romance
(Emile Zola)

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Em Do Romance Emile Zola discute o fazer literário, mais especificamente do trabalho do romancista, e procura estipular quais as qualidades que um romancista deve possuir para produzir uma obra de qualidade. Entre elas, Zola define o Senso do Real, capacidade de apreender a realidade de maneira fiel, e a Expressão Pessoal, característica que torna a obra de cada autor única e, portanto, valiosa.Um dos pontos principais do texto, e talvez o mais crucial para o argumento de Zola, é o declínio da imaginação como valor literário e a instituição de um novo valor: o da observação. Isso fica evidente nas seguintes passagens: O mais belo elogio que se podia fazer a um romancista, outrora, era dizer: “Ele tem imaginação”. Hoje, esse elogio seria visto quase como uma crítica. É que todas as condições do romance mudaram. A imaginação já não é a qualidade mestra do romancista. (p. 23)(...) O grande negócio é colocar em pé criaturas vivas, representando diante dos leitores a comédia humana com a maior naturalidade possível. Todos os esforços do escritor tendem a ocultar o imaginário sob o real. (p. 24)Zola, assim, nega a característica da inventividade à literatura e lhe atribui como valor definitivo a representação, retratação da realidade de maneira fiel e natural, baseada na observação dos fatos. Dessa maneira, Zola rompe com o modelo romântico e afirma o modelo que chamamos naturalista. Em outro trabalho seu, O Romance Experimental, Zola alia à observação a experimentação na literatura, estipulando a função e a utilidade social do romance naturalista. Inspirado pela ciência experimental, que através de observações provocadas, experimentais, busca dominar e subjugar o mundo natural, Zola afirma que a função e objetivo do romance naturalista seria, através da experimentação literária das paixões do homem, controlar e subjugar o mundo social a fim de que seja possível curar as “doenças” sociais causadas por essas paixões. O curioso é que, apesar dos esforços de Zola, a imaginação e a criatividade, ainda são valores literários caros a muitos, principais para alguns, enquanto que para esses mesmos a preocupação com o real, com sua representação fiel, é relegada a segundo plano. Isso pode ser observado nos inúmeros autores de literatura fantástica e maravilhosa, gênero que se mostrou forte e colhe frutos na atualidade. Sob esse aspecto, retornar a Zola é uma atividade interessante pois permite através da retrospecção perceber a mudança de valores no campo da literatura ao longo do tempo ao mesmo tempo em que permite uma melhor compreensão do projeto desse excelente escritor.BIBLIOGRAFIAZOLA, Emile (autor). Do romance. São Paulo: Imaginario :USP, 1995.ZOLA, Emile (autor). O romance experimental e o naturalismo no teatro. São Paulo: Perspectiva, 1982.



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