Subjetividade E CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO EM VYGOTSKY
(SUSANA INÊS MOLON)
O livro Subjetividade e construção do sujeito em Vigotsky de Susana Inês Molon, traz no prefácio de Bader Burihan Sawaia as explicações para a avalanche de obras produzidas sobre Vigotsky, afirmando que a partir d’As psicologias sociais marginalizadas o interesse se dá porque as teses vem de encontro ao anseio das ciências humanas de superar as concepções cindidoras do homem e hifienizadas da sua relação com a sociedade, inserindo a sociedade no homem sem cair no relativismo e contingencialismo. Busca encontrar em Vigotsky o debate psicológico sobre sujeito e subjetividade, contrariando a concepção de que ele recusou essas duas ideias, ou explicou apenas pela exterioridade, colocando-o em quadros teóricos distintos. Busca a Psicologia para compreender a criatividade humana.
No prefácio, apresenta o resgate da teoria vygotskyana em várias áreas do conhecimento, por causa do enfoque sócio-histórico, e das polêmicas o enfoque é dado principalmente as temáticas da subjetividade e da constituição do sujeito.
O livro está subdividido em quatro capítulos que são:
A introdução de Vygotsky na Psicologia – Vygotsky emergiu na psicologia em um momento significativo, a consolidação da Revolução Russa, e a inauguração de uma nova sociedade que procurava um novo homem, exigindo novas bases de sustentação teórica e metodológica e novas implicações no campo dos problemas práticos. Ele apresentava as condições para pensar uma nova concepção de educação, pedologia e psicologia. Os interesses psicológicos dele surgiram da preocupação com a gênese da cultura. Ele chegou à psicologia como um crítico de arte, interessado na criação estética e semiológica, diferenciando-se das investigações psicológicas clássicas. Para melhor compreender o impacto causado por Vygotsky na psicologia é preciso compreender um pouco da psicologia russa e da psicologia social russa, assim, temos: a psicologia russa não chegou a constituir escolas psicológicas e sua condição não se diferenciava da psicologia ocidental do final do século XIX e início do século XX; enquanto que no final do século XIX e início do século XX já existia uma psicologia social russa orientada pela sociologia e pela filosofia social, chamada também de sociologia coletiva. Criado num ambiente altamente propício a cultura tanto pelo pai quanto pela mãe que eram tidos como as pessoas mais cultas da cidade de Gomel onde Vygotsky viveu a infância, adolescência e início da vida profissional, além de falar vários idiomas teve formação intelectual em filosofia, história, literatura, estética, lingüística, semiologia, pedagogia e psicologia, sendo que seus principais interesses aos 15 anos era teatro e literatura. Apesar das dificuldades para um judeu ingressar na faculdade, conseguiu ingressar no curso de Medicina, transferindo-se um mês depois para o curso de Direito, concluído o curso retornou para Gomel como professor de Literatura e Psicologia, fundou o laboratório da Escola de Psicologia pedagógica, a revista Veresk de arte e literatura, e ainda tinha uma capacidade oratória espetacular. A partir de 1920 passou a ter problemas de saúde e foi acompanhado pela tuberculose por 14 anos de sua vida. Morrendo em 1934. A psicologia russa reconhece as ideias de Vygotsky quando o convida para trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou, onde forma a Troika com dois pesquisadores conhecidos no Brasil que são: Luria e Leontiev. Em 1925, Vygotsky estruturou o Laboratório de Psicologia para a Infância Anormal de Moscou que depois se transformou em Instituto Científico de Investigação de Defectologia da Academia de Ciências Pedagógicas. Em 1931, o Instituto de Psicologia sofreu sérias críticas à concepção reactológica e a possibilidade de distanciamento deste clima desagradável fez com que Luria e Leontiev fossem trabalhar na Ucrânia com assessoria direta de Vygotsky que retoma o curso de Medicina. A paidologia foi proibida visando principalmente os testes psicológicos e psicométricos aplicados na área educativa. Outro aspecto relacionado as restrições sócio-históricas aos conflitos entre os argumentos de Vygotsky sobre a linguagem e os expostos por Stalin sobre lingüística.
Da crise metodológica da psicologia à criação de uma psicologia social – Vygotsky escreveu o texto “O significado histórico da crise da psicologia – uma investigação metodológica” no qual realizou uma análise metateórica ou metodológica da psicologia e os pontos centrais consistiam de delinear um caminho para a psicologia, pela criação de uma psicologia geral que seria a psicologia social dialética.
As concepções sobre a constituição do sujeito nas diferentes leituras da teoria de Vygotsky – Este capítulo objetiva enfocar alguns autores que apresentam produção teórica que permite reflexão em torno da subjetividade e da constituição do sujeito em Vygotsky e também no enfoque sócio-histórico. As análises do sujeito e da subjetividade, nas diferentes interpretações da obra vygotskyana, estão relacionadas à identificação dos referentes das reflexões dele, ou seja, do reconhecimento ou não do caráter dialético de sua obra.
A subjetividade e o sujeito na construção do conceito de consciência e na definição da relação constitutiva eu-outro – partindo do princípio de que o sujeito e a subjetividade emergem na obra de Vygotsky, a leitura subtextual analisa dois conceitos que apresentam permanência na obra dele: a noção de consciência e a noção de relação eu-outro.
A obra é concluída retomando as definições de subjetividade, sujeito e psicologia abordadas no transcorrer de todo o estudo realizado no livro.
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