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A visita do presidente dos EUA Barack Obama ao Brasil foi curta (dois dias), mas cheia de significados importantes.
Primeiro, ele veio até Brasília, normalmente nossos presidentes, ao assumirem o cargo, visitavam Washington como se fossem pedir permissão.
Segundo, Obama não veio com a arrogância típica dos governantes norte-americanos, isso talvez por ser inteligente, de origem simples, por ser negro ou, o que é mais provável, o país de Obama passa por uma grave crise de emprego, investimentos...
Quem esperava que Brasil e EUA decidissem concretamente ações de investimentos, se esquece, ou ignora, que um presidente norte-americano, não tem toda força, não decide sozinho, o Congresso daquele país precisa aprovar boa parte de tudo que o executivo propõe.
Dilma, no seu discurso, exigiu o fim das barreiras alfandegárias aos nossos produtos e o fim dos subsídios agrícolas, Obama ouviu, mas nada poderá ser feito, pelo menos até o final de 2011, que é a data de término da mais recente decisão votada no Congresso dos EUA.
O Brasil mudou, somos a 7a. economia do mundo, com uma população de mais de 180 milhões de habitantes, grande parte dela de classe média e com as classes "c" e "d" em franco desenvolvimento, são milhares de pessoas que passaram a consumir.
Nosso país, se bem administrado, será logo uma grande potência, tem tudo para alcançar esse patamar, um território vastíssimo, imensas riquezas naturais, terras agricultáveis como nenhum país do mundo, capacidade técnica, boas universidades e um povo maravilhoso e trabalhador.
É nisso que os EUA de Obama estão de olho, as vantagens que nosso país pode oferecer a eles nesse momento de crise são fantásticas.
E o Brasil, que vantagens terá no alargamento das relações comerciais com os norte-americanos?
A balança comercial no ano passado, 2010, foi favorável a eles em mais 8 bilhões, esse fato inclusive está sendo discutido hoje em São Paulo entre empresários brasileiros e o representante comercial do governo Obama, essa situação, inclusive, mostra que a nossa relação com eles quase sempre foi marcada por desvantágeis para nosso lado, está na hora das coisas se equilibrarem.
Portanto, não somos mais quintal dos EUA, precisamos ser respeitados e reconhecidos como um país sério, bem administrado, com sólida democracia e caminhando para diminuir cada vez mais as desigualdades que ainda macham nossa história como povo civilizado.

Por: José Gilbert Arruda Martins

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