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A Mente Moral na Psicopatia
(Jonah Lehrer)

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  Gacy nasceu a 1942, em Chicago, e cresceu no meio de uma família conturbada. O seu pai era alcoólatra e nunca tratou bem o filho, desde abusos sexuais a maus tratos físicos, que também os dava à mãe de Gacy. Toda esta vida de maus tratos levou Gacy a ter muitas das características do seu pai na vida adulta. Casou-se duas vezes mas divorciou-se dessas duas vezes. Durante o primeiro casamento Gacy foi preso acusado de coação de um jovem a actos homossexuais, mas saiu passado 18 meses por bom comportamento. Gacy casou-se uma segunda vez, quando saiu da prisão, e era tido como um bom cidadão, era popular entre os seus vizinhos e fazia de palhaço Pogo, tendo uma vida social muito intensa e sem desconfianças. Mas enquanto oferecia festas, as pessoas notavam no mau cheiro que exalava o seu jardim. Em 1978, a mãe de um jovem Robert Piest, ao ver que o filho nunca mais aparecia, chamou a polícia e ao verificarem o cadastro de Gacy, intimaram-no e vieram a descobrir 23 corpos dos 33 cadáveres que Gacy ocultava em sua casa, sendo condenado a execução por injecção letal em 1994.

A moralidade resume-se a uma série de escolhas sobre a forma como se trata o “outro”. Cientistas descobriram que o córtex pré-frontal ventromedial é o local onde os julgamentos morais são processados, ressaltando o papel das emoções na determinação dos conceitos de certo e errado. António Damásio afirmou que por causa do distúrbio cerebral, os psicopatas têm emoções sociais anormais na vida real, não sentindo empatia nem compaixão.A noção do certo e do errado é em grande parte pré-programa no cérebro, isto é, o cérebro está programado para ser menos moral ou mais moral dependendo da herança genética e neurobiológica da pessoa, ou seja, depende dos genes e do desenvolvimento do cérebro mas também não se pode descartar o ambiente, que influência a forma como a construção da personalidade é feita. As crianças vão manifestando tendências e comportamentos que são indicativos do seu distúrbio, por exemplo, o facto de elas torturarem pequenos animais, vandalismo, mentiras, etc. Estudos demonstram que filhos de psicopatas têm cinco vezes mais de hipóteses de desenvolver o mesmo distúrbio e uma criança que sofreu abusos e violência, pode desenvolver o distúrbio em maior grau de hipóteses.
Voltando ao caso de Gacy, este não sentia tristeza, alegria, não se irritava, ou seja, a sua vida era regida por uma racionalidade cruel, um vazio emocional, sem nunca sentir remorsos. Ora, esta capacidade de sentir remorsos provém do nosso cérebro, assim como todos os nossos sentimentos e pensamentos e quando o cérebro está danificado, a capacidade para sentir remorsos também o está. Por exemplo, um assassino sabe que está errado mas não consegue sentir que está errado. Robert Hare caracterizou os psicopatas como “predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer as suas próprias necessidades. Na sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles conseguem friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor sentimento de culpa ou arrependimento”.
Gacy, como já foi referido, tinha uma vida social intensa, e uma das razões para que os psicopatas tenham êxito no trabalho e na sociedade em que está inserido, é que a sua mentira e a sua manipulação são muito difíceis de detectar. Pessoas sem este distúrbio sentem um grau de culpa e nervosismo quando mentem, mostrando sinais de culpa nas suas expressões faciais ou na sua linguagem corporal mas os psicopatas podem mentir com impunidade, sendo capazes até de enganar as máquinas de detecção de mentiras. Observando o cérebro de um psicopata, verificamos a ausência de emoção. O tronco cerebral, a área pré-frontal, o sistema límbico, o tálamo e o hipotálamo são áreas relacionadas com as emoções e as suas expressões. O tronco cerebral apresenta a sua função, principalmente na expressão dos estados emocionais, pois dele partem, junto com os nervos cranianos, sinais para o sistema nervoso somático e sistema nervoso autónomo, desencadeando expressões fisionómicas, salivação, sudorese, tremores, respiração alterada, entre muitos mais, e estas acções são reguladas pela formação reticular, pelo sistema límbico e pela área pré-frontal, com as quais o tronco cerebral tem ligação. O hipotálamo está intimamente relacionado com respostas emocionais complexas, como a raiva, o medo, a serenidade ou o prazer. A área pré-frontal corresponde à parte não motora do lóbulo frontal e está interligada com o sistema límbico, com as áreas de associação do córtex, com o hipotálamo e com o tálamo, estando relacionada com o comportamento social e emocional do homem e com alguns aspectos da concentração e da ordenação de pensamentos. Os psicopatas não mostram alteração nos parâmetos fisiológicos quando são submetidos ao stress ou a imagens desagradáveis. Os indivíduos com perturbações mentais têm emoções, mas são em relação a eles mesmos e não em relação aos outros, pois são incapazes de sentirem emoções “sociais” como a empatia, gratidão, etc. Isto explica o porquê desses indivíduos serem desejosos de causar sofrimento e dor nas outras pessoas sem sentir qualquer remorso, pois para eles, as emoções dos outros não tem importância, sendo, então, incapazes de construir uma similitude emocional do outro.Uma outra questão está relacionada com a quantidade de dopamina existente, isto é, os psicopatas têm uma produção excessiva da hormona dopamina, que deixa a área de recompensa hiperactiva, podendo levar a um comportamento agressivo.



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