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A biologia da sobredotação
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  Partindo do princípio de que não há dois indivíduos iguais é fácil de concluir que um será melhor do que o outro em determinados domínios, revelando mais potencialidades do que o outro nesses domínios.
Estudos e pesquisas revelam a existência de pessoas que, através da interacção entre a sua dotação genética e a estimulação ambiental, conseguem desenvolver mais a sua inteligência do que outras, e esse enriquecimento resulta em funções cerebrais aceleradas e avançadas (AA.VV., s/d). Neste sentido, os estudos realizados apontam para a hipótese de que os cérebros dessas pessoas possam estar organizados de tal maneira que muitos sistemas mentais coexistem no que se poderia chamar de capacidades especiais. Um cérebro forte, integrado e complexo, característico da sobredotação, precisa de algumas condições para ser construído, como destaca Bárbara Clark[1] (Fernandes e et all, s/d).
Reunidas determinadas condições, como a importância do ambiente e das experiências, por exemplo, o resultado será um cérebro mais efectivo e eficiente no processamento da informação, não pelo facto do cérebro de um sobredotado ter mais neurónios, mas porque as conexões neurais tornam-se mais integradas, mais rapidamente realizadas e mais complexas. Há mais dendrites para criar mais caminhos, as células gliais crescem e torna-se maior a mielinização dos axónios, enriquecendo a velocidade e a qualidade da transmissão da informação de uma célula para a outra (Simonetti, 2008).
O professor e psiquiatra Daniel Siegel que a “experiência activa certos percursos no cérebro, fortalecendo ligações existentes e criando outras novas”. Isto inclui a estimulação a que a criança seja sujeita e a natureza dos relacionamentos interpessoais (AA.VV., s/d).
Citando Daniel Siegel: “os genes contém as informações para a organização geral da estrutura do cérebro mas a experiência determina quais os genes que se expressam, como e quando”. Isto remete-nos para a importância dos primeiros tempos de vivência da criança, pois o que acontece à criança no começo da sua vida tem um impacto enorme na sua mente. Este impacto é resultado de alterações no cérebro, como por exemplo, o crescimento dos neurónios (axónios), o estabelecimento de ligações entre os neurónios, o crescimento da mielina ao longo dos axónios, entre muitas outras, como já foi referido acima (AA.VV., s/d).
O cérebro é um sistema muito complexo, constituído por biliões de neurónios e outras células (neuroglias...), que estão ligados uns aos outros, e o seu desenvolvimento vai depender, não apenas do que está determinado geneticamente, mas também das actividades e experiências a que a criança é sujeita. Um cérebro passivo e pouco estimulado leva à perda de capacidades. Ora, um cérebro estimulado, que vivencie diferentes actividades, pode tornar-se mais rápido e mais flexível (Winner, 1996).
Num estudo realizado em 1995 e publicado na revista Science, demonstrou que o lobo temporal, uma área do cérebro que processa as informações auditivas, é consideravelmente maior no hemisfério esquerdo do que no direito, no que diz respeito à criança sobredotada com aptidão musical. Apesar de o lobo temporal estar mais desenvolvido no hemisfério esquerdo do que no direito tanto na pessoa sobredotada como na normal, a sobredotada apresenta o desenvolvimento desse lobo duas vezes superior às outras (Simonetti, 2008).
A psicóloga Marion Diamond e os seus colegas examinaram o tecido cerebral de Albert Einstein e detectaram que o lobo parietal inferior apresentava um número relativamente mais elevado de células gliais do que nos “cérebros normais”, levando a uma relação entre as células dos neurónios e as células da glia inferior à média. Mas não ficou provado que esta elevada quantidade das células da glia tinha alguma coisa a ver com os “talentos” de Einstein.
O lobo parietal está envolvido num grande número de capacidades: integração de modalidades visuais, auditivas e tácteis, autoconsciência, memória e atenção (Simonetti, 2008).
Provas neurofisiológicas sugerem que os lobos frontais sejam responsáveis pelas funções executivas de coordenar a informação proveniente de muitas fontes, elaborar metas e fazer planos, como também mostram diferenças em intensidades sinápticas e mielinização. O maior uso da actividade pré-frontal tem sido evidenciado em diversas pesquisas com crinaças sobredotadas, cuja alta habilidade, medida em testes de QI, mostrou lobos frontais diferenciados para o controle voluntário da atenção, planeamento, auto-controle e tomada de decisões, enquanto que outros indivíduos, com QI médio, activavam as regiões temporais (Simonetti, 2008).
Benbow e O’Boyle revelaram uma particularidade dos sobredotados expressa na capacidade exímia de regulação para a activação ou inibição das áreas cerebrais responsáveis, ou não, pelo desempenho de tarefas específicas (Fernandes e et all, s/d).
De acordo com vários estudos, podemos então concluir que mais dendrites geram mais possiblidades de conexões sinápticas e circuitos cerebrais, resultando na capacidade dos alunos para processar maior complexidade nas informações, também se conclui que os conteúdos bioquímicos dentro do corpo celular são mais fortes e, consequentemente, acarretam a capacidade do aluno para mais profundidade e inovação. Outra conclusão que se pode tirar é o facto de que mais produção de células gliais resulta numa maior mielinização da bainha do axónio e mudanças sinápticas mais rápidas, promovendo uma aceleração nos estudos do aluno (Simonetti, 2008).Para Eysenck, os sobredotados cometem menos erros na transmissão da informação neurológica ao longo do córtex cerebral, referindo também que os neurónios em cérebros com QI elevado disparem mais rapidamente e mais eficientemente do que os cérebros normais
[1] Professora emérita da Universidade da Califórnia, Los Angeles



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