Urânio, A morte do Niger
(Julio Godoy)
Paris, 13/4/2010, (IPS) - Investigações da organização ambientalista Greenpeace contradizem as declarações públicas da companhia estatal francesa Areva de que as áreas povoadas perto de minas de urânio no Níger não estão contaminadas. O Greenpeace contradisse a empresa francesa AREVA no que se refere à não contaminação do solo, da água e do ar na região de Arlit, no Niger. Considerado um dos países mais pobres do mundo, o Niger é um dos maiores fornecedores de urânio à céu aberto e enfrenta crises causadas por corrupção e conflitos ambientais. Há mais de 45 anos que a França explora as minas de urânio do Niger e se tornou ao longo das décadas o maior investidor no país africano. O Greenpeace visitou aquele país em novembro de 2010 para constatar se a empresa francesa Areva estava cumprindo com os padrões básicos de saúde e normas trabalhistas. Encontraram níveis perigosos de radiação, como também alta concentração de urânio em amostras de água de Arlit, além dos limites estabelecidos pela organização mundial de saúde. “uma pessoas que passa menos de meia hora nesse lugar estará exporta a mais do que a dose anual máxima de radiação permitida pela comissão internacional sobre proteção e apoiada pela maioria dos países” afirmou Rianne Teule, ativista do Greenpeace para assuntos de energia atômica. As conclusões conformam informes de outras organizações ambientais francesas que denunciaram a falta de responsabilidade da empresa Areva no Niger. Em 2007, durante uma inspeção efetuada pela Comissão Independente de Pesquisa Sobre Radioatividade (Criirad) e a organização nigeriana Aghir In'Man descobriu-se altos níveis de radiação nas cidades de Akokan. No bairro próximo ao hospital da cidade, constatou-se níveis radioativos 100 vezes superior à norma e identificou-se a fonte desta contaminação: estradas pavimentadas com rochas extraídas das minas de urânio! O grupo também encontrou contaminação na água potável e em dejetos de metais. Mas a coisa continua, pois somente em 2009 foram autorizados 139 projetos efetuados por empresas de países como Austrália, China e Canadá. Um outro problema, tão grave quanto a contaminação, é que estes projetos consomem recursos hídricos de uma região pobre em água, agravando ainda mais a situação do povo. “A exploração do urânio não só dizima o meio ambiente e a saúde pública do Niger, mas também destrói os fundamentos econômicos de Tuareg, Fula, Kounta e outros povos nômades do norte do país” alertou Bruno Chareyron, da Criirad.
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