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O Sumiço de Agatha Christie
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O ano, 1926, o mês, Dezembro. Um veículo foi encontrado abandonado próximo a um lago, sem nenhum indício do motivo, ou motivos, que o levaram a ser deixado ali. Nenhum bilhete, nenhuma carta que pudesse dar uma mínima indicação de onde fora parar o seu proprietário. O assunto foi manchete de todos os principais jornais do país e do mundo, e mobilizou um bom contingente de investigadores policiais e especialistas britânicos. Tudo o que se poderia pensar diante de um quadro desses, é que o dono daquele veículo teria sido assassinado por um ladrão ou desafeto, ou mesmo tivesse se suicidado, ou ainda morto pelo seu próprio cônjuge. Esta história não se parece com um romance policial? Poderíamos dizer que sim, principalmente quando se descobre que a protagonista deste fato foi a escritora de romances policiais mais popular de sua época: A própria Agatha Christie. Durante quase duas semanas, ela permaneceu desaparecida, e seu paradeiro ignorado e não sabido até que, durante as minuciosas investigações policiais, foi encontrada hospedada em um hotel, sem nenhum dano aparente, tranqüila, tomando chá e lendo talvez um jornal que trazia a notícia de seu próprio sumiço. Até aí tudo bem, a peça chave do mistério havia sido encontrada. Mas, e as razões e as causas daquele repentino desaparecimento? O que teria provocado aquela reação de aparente fuga? Naqueles dias, Agatha estava sofrendo muito com a morte recente de sua mãe e tinha conhecimento da traição de seu marido com uma amante, e, talvez, estes tivessem sido os motivos para se achar que ela teria atirado seu veículo em uma árvore e o impacto pudesse ter-lhe provocado uma amnésia, fazendo-a abandonar o seu carro naquele local, que não distava muito de sua própria residência. Parte deste enrosco começou a se desenrolar, quando descobriram que ela havia se registrado no hotel onde se encontrava hospedada com o nome nos registros de Teresa Neele, nome da amante de seu marido. Sua família informou à imprensa que ela havia perdido a memória em um acidente de carro, e esta se tornou a versão oficial dos fatos, enquanto muitos pensavam que tudo isto poderia ser uma promoção para aumentar as vendas de seus livros. Após se passarem trinta anos de sua morte, o médico inglês Andrew Norman se empenhou em analisar o caso da escritora de contos policiais mais famosa de sua época, e a conclusão científica a que chegou foi de que Agatha teria sofrido de um fenômeno chamado “estado de fuga” ou transe psicogênico, onde a pessoa sofre de amnésia e cria para si uma outra identidade e age como se fosse realmente uma outra pessoa. Ao sair de seu veículo, logo após o acidente onde provavelmente teria batido com a cabeça, ela já se imaginava uma outra pessoa, pegando sua bolsa e abandonando o carro, indo por uma direção qualquer. Fato é que, enquanto ela se divertia tranquilamente um hotel de retiro, as multidões de seus fãs devoravam os jornais como se estivessem lendo um de seus romances policiais, na busca de uma resposta que explicasse o seu sumiço repentino. Ela continuou a escrever, só que desta vez utilizando um pseudônimo de “Mary Westmacott”, e alguns de seus livros se tornaram filmes famosos como o lendário “Assassinato no Expresso Oriente” de Sidney Lumet. A famosa escritora de romances policiais mais vendidos em todo o mundo, só não vendeu mais livros do que a Bíblia e Shakespeare. Mais de dois bilhões de exemplares. O Dr. Norman descobriu o estado psicológico de Agatha Christie pelos livros escritos como Mary Westmacott, só que tarde demais para ela mesma, que passou longos anos de sua vida tentando achar a chave do mistério e, infelizmente, morreu antes de a encontrar. Honra a quem tem honra. 



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