Os Óculos que não faziam ver
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Grandes lojas, ótimas localizações, um grande nome empresarial. Na verdade, um império. Pois tudo isto parece esconder um verdadeiro esquema de fraude e de sonegação fiscal. Está sendo investigado o dono da rede de lojas de produtos óticos Centro Ótico, que tem unidades espalhadas pelo Brasil, suspeito de desviar perto de R$ 50 milhões em fraudes fiscais, além da falsificação de produtos. Francisco Sales Dias Horta é acusado de chefiar uma quadrilha internacional de falsificação e sonegação de impostos, operando ainda com o contrabando de produtos que eram vendidos em suas lojas no país. Para não despertar suspeitas, em meio aos produtos falsificados eram despachados óculos de marca verdadeiros e de grande valor. Dias Horta mantinha uma fábrica de óculos na China, onde os produtos eram fabricados a um custo mínimo de R$ 0,41 e chegavam a ser vendidos por até R$ 1.000,00 em suas grandes lojas em Curitiba no Paraná, como também em Belo Horizonte, Minas Gerais. Os óculos produzidos na China entravam contrabandeados, via Paraguai, no Brasil e, pela sua qualidade e semelhança aos produtos de marca dificilmente levantariam suspeitas dos consumidores. Grande loja, grande nome e marcas famosas, jamais levantariam suspeitas. Foi após a prisão de 15 dos envolvidos no processo, dentre eles dois filhos do empresário, que a polícia paranaense descobriu um esquema ainda maior, envolvendo uma outra quadrilha que falsificava documentos para a abertura de empresas fantasmas, cujo principal objetivo era o de se passar por “laranjas” compradores das mercadorias da china para repassá-las ao Paraguai, e dali fazerem-nas entrar no Brasil, ou seja, uma estratégia para tentar ludibriar a polícia. Além das armações de marca falsificadas, a polícia também encontrou lentes de grau e em caixas lacradas de origem chinesa, o que representa um sério risco para os consumidores deste tipo de produto. Entre os produtos apreendidos, foram encontrados também pistolas e fuzis, além de granadas e computadores. Os suspeitos estão sendo investigados por crimes de receptação de contrabando, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsificação de documentos, estelionato, ameaça e o comércio de produtos nocivos à saúde pública. O que leva um empresário de sucesso, com uma marca forte no mercado a cometer tais crimes? Por estes dias também, o filho de um grande empresário do ramo de bebidas, Schincariol, que vivia se esbaldando por lugares maravilhosos neste planeta, planejou cuidadosamente o roubo de fórmulas de produtos de beleza de um empresário amigo seu, que lhe amparou aqui no Brasil, levando-o para sua casa e dando-lhe do bom e do melhor, sendo muito bem recebido por toda a sua família. Nada explica e nada justifica tais procedimentos. Ganância? Eles já eram muito ricos, e seus negócios prosperavam grandemente! Agora, vão pagar o preço da vergonha e do fracasso, e talvez tenham condições de meditar no que fizeram e suas conseqüências, quando estiverem desfrutando de uma quentinha na prisão. Uma vergonha!
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