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O oral como texto: como construir um objeto de ensino
(ALeitora)

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No percurso da voz até à comunicação oral, são postos e considerados vários fatores como a caracterização do oral como produção corporal representada pela voz, em que se percebe que a voz do corpo é, ao mesmo tempo, a nossa própria voz, que produzimos e percebemos, assim como a dos outros. As vibrações que se tornam sons; que se tornam gritos; em cantos e palavras. A passagem da voz à palavra, que trata da elaboração do som e sua codificação. A melodia oral com seus componentes de entonação, acentuação e ritmo. O fato do oral ser objeto de avaliações e de normas sociais que estão sempre referenciados na escrita, obscurece um bom número de características da comunicação oral. A comunicação oral, se estende além do plano verbal e vocal, no plano gestua.
O desenvolvimento da expressão oral encontra dificuldades para tomar seu devido lugar no ensino, porque a diferença entre oral e escrita leva à inúmeras confusões, parecendo, assim, de difícil compreensão.
Do ponto de vista da confusão de a língua escrita ser apenas um sistema substitutivo da língua oral, ou , ainda, a expressão escrita apresentar-se como uma simples transposição da expressão oral, percebe-se que a escrita está longe de representar uma “cópia fiel” da forma oral.
Partindo do fato de que a língua não pode ser considerada mera substituta do oral, e sobre o questionamento em considerar os sistemas da escrita e da oralidade duas coisas completamente diferentes e irredutíveis, deve-se ponderar de acordo com o esclarecimento de dois mal- entendidos.
O primeiro diz respeito aos registros ou às variações da língua, que constata o fato de que com frequência, a linguagem falada é considerada pobre, comum e mal estruturada, enquanto que a língua constitui-se no fundamento de toda a norma de correção do português padrão.
O segundo mal-entendido, consiste nos aspectos levados em consideração na descrição do oral e na precisão de uma eventual distinção marcante da distância entre os dois sistemas.
Com base nas análises realizadas, percebe-se que as formas linguísticas do portugûes padrão não podem ser consideradas como suficientemente diferentes do português escrito para que seja possível falar de dois sistemas distintos, pois á medida que conhecemos mais e melhor o funcionamento do oral, a unidade das estruturas linguísticas tende a ser reforçadas.
No âmbito do ensino, o oral também não encontra muita compreensão como um objeto independente de trabalho escolar, além de, seguindo a concepção da linguística histórica, permanecer bastante dependente da forma escrita.
Segundo pesquisa sobre as práticas dos professores realizada por De Pietro e Wirthner (1996), o oral continua sem ser compreendido, a não ser quando se inscreve no mundo da escrita. A esse respeito, a pesquisa evidencia os seguintes aspectos:
• O oral é principalmente trabalhado como caminho, ou meio, para a aprendizagem da escrita;
• Os professores analisam o oral a partir da escrita;
• O oral está bastante presente em sala de aula, no entanto, nas variantes e “normas” escolares, a serviço da estrutura formal escrita da língua;
• A escrita oralizada, representa a atividade oral realizada na prática, com mais frequência pelos professores.
Diante dessa concepção do oral dependente da escrita, parece difícil sustentar a língua oral no quadro de ensino, em que as formas de interação entre o oral e escrita são múltiplas.
A análise das formas de interação entre oral e escrita parece, portanto, bastante diferente em função das situações de comunicação e dos objetivos pretendidos e, geralmente, a observação do trabalho em sala de aula mostra que a alternância entre atividades orais e escritas é muito frequente, uma vez que se tenha como pretensão a produção de um texto oral ou escrito relativamente complexo.

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