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Crítica literária africana e a teoria pós-colonial
(CVHA)

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“ [...] um leitor regular da literatura africana [...] concluirá rapidamente que, talvez devido à natureza recente e por vezes ambígua das instituições do saber nas sociedade africanas, aliteratura acaba por subsidiária de saberes que as Ciências Socias e Humanas proporcionam. Esse ‘funcionamento’ extraliterário é potenciado pelo facto de que [...] o homem africano continua a ser objeto e raramente sujeito do conhecimento científico [...] ” (p.01)
“Nesse contexto, acabam os referenciais literários [...], por enunciar problemáticas (políticas, ético-morais, socioculturais, ideológicas e econômicas) [...] Assim, a literatura [...] vai além sua ‘natureza’ primária, a ficcionalidade [...] ” (p. 01)
“ [...] É que não raro é apenas por via da literatura que as linhas do pensamento intelectual nacional se revelam, e se vêm revelando, em termos de várias visões sobre o país e identidades sociais, coletivas e segmentais, conformadas nas diversas perspectivas e propostas textuais [...]. O ponto de partida desse protocolo de transmissão de ‘conteúdos históricos’ é a idéia de que o autor – em pleno domínio e responsabilidade sobre o que diz, ou faz as suas personagens dizerem - psicografa os anseios e demónios de sua época, dando voz àqueles que se colocam, ou são colocados, à margem da ‘voz oficial’: daí poder pensar-se que o indizível de uma época só encontra lugar na literatura [...], o texto literário, como representação artística do imaginário cultural, é um desses documentos e, como tal, um objecto simbólico muito importante na construção da imagem da sociedade, sobretudo em espaços políticos emergentes, que vivem de forma por vezes ambígua e tensa a sua pós-colonialidade. O estudo desse objecto simbólico é também um dos veículos para que se chegue à História [...]. No entanto é no equilíbrio entre um modelo epistemológico [...] e uma perspectiva mais consentânea com a ‘tradição’ crítica do ‘mundo periférico’ [...] que tem de trabalhar o crítico das literaturas africanas, quando estudo os meandros da condição pós-colonial dessas literaturas.” (pp.01 - 02)
“ A afirmação de ambiguidade da pós-colonialidade de alguns países é [...] espácio-temporal [...] ” (p.02)
“ [...] Estamos perante uma multiplicidade de acepções sobre o pós-colonial, pelo que talvez talvez fosse bom [...], por distinguir simunltaneidade temporal e contemporaneidade [...] ” (p.02)
“ [...] E por causa dessas diferenças, é preciso que na sua avaliação o crítico se proponha negociar, teoricamente, as relações de semelhança e diferença, de rupturas e continuidades operadas no período pós-independência, a fim de não operar, acriticamente, a transferência de teorias explicativas de uma situação histórica para espaços outros apenas pela sua ‘ proximidade afectiva’ ou ‘conveniência ideológica’ [...]” (p.02)
“ [...] independentemente da discussão à volta da relação do pós-colonialismo com a literatura, o crítico não pode ignorar as especificidades do processo colonizatório desses países e a consequente diferença no processo de emancipação política e posteriores momentos marcados pela diversidade dos cinco países.” (p.03)
“ [...] tal apetência para a fragmentação diferencial pode levar a que se perca o sentido do conjunto, de modo a expor, numa abordagem conjunta, os problemas e projectos comuns [...]” (p.03)
“[...] Por isso pode dizer-se que, na análise do procedimento pós-colonial literário africano é possível uma abordagem conjunta e generalizante, não homogeneizante, que não se reduz à convocação e indistinta da ‘ maleabilidade’ de Próspero e de Caliban em terras deste [...] (p.03)
“ Nesse contexto, há implicações destes lugares num dispositivo textual em que se torna recorrente o jogo entre construção identitária nacional e seu questionamento quanto ao conteúdo e formas incluídas, por via da pulverização do modelo de africanidade que a literatura anticolonial propôs, e o jogo entre presentificação e ocultação do colonial, para que este, o colonial, não resulte relativizado pela retórica da idealização pós-colonial nem olhado de forma monolítica [...], é preciso não esquecer que uma celebração de sincretismo e hibridez de per si, se não articulada em conjunção com questões de hegemonia e relações de poder neocoloniais, corre o risco de parecer santificar o fait accompli da violência colonial (SHOHAT, 1996, p.320). Na verdade, a exclusiva generalização de que da dominação colonial nasceu uma cultura híbrida [...] pode levar à desconsideração de estratégias outras de sobrevivência cultural empreendidas pelos colonizados, como seja a reciclagem de linguagens culturais dentro da tradição [...] ” (p.03 - 04)
“ [...] como consequência desse pensamento exclusivista, persiste essa idéia de que pósmodernidade pós-colonial tem nas cidades ocidentais seus lugares paradigmáticos. Porém, como lembra Stuart Hall, a noção de que somente as cidades multiculturais do Primeiro Mundo são diasporizadas é uma fantasia que só pode ser sustentada por aqueles que nunca viveram nos espaços hibridizados de uma cidade colonial do Terceiro Mundo. [...] considerar a hibridez e o sincretismo como particularidades da intersecção cultural dos sujeitos do processo de colonização e, portanto, lugares quase cativos da condição pós-colonial e até dos ‘pós-colonias’, é desconsiderar a dinâmica interna das sociedades africanas,acabando por ser, tal postura, uma espécie de ideologia predeterminada para proclamar a abertura cultural como algo que só pertence a espaços do centro.” (p.04)
“ [...] o desvelamento da diferença e da heterogeneidade, do plural e do diverso terá de pressupor a contextualização histórica de identidades, a sua historicização, para que esse movimento, simultaneamente particularizante e descentralizante – nuna época, da globalização, em que nuca como agora o mundo foi tão fragmentário em termos identitários! – não resulte em encravamentos socioculturais e legitimação de hegemonias [...]” (p.04)

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