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Geração fora de eixo
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As vezes me pergunto se houve uma geração tão desnaturada quanto essa, mas duvido muito. Nunca houve tamanho absurdo, de mesmo modo como nunca foram oferecidas tantas condições para o fim dessa monstruosa diferença social.Há uma mistura confusa de sentimentos, sensações, dimensões, real e virtual, uma enorme vulgarização de tudo, o estado crítico de muitas coisas. O egocentrismo domina, o consumismo comanda. É a falta de interesse pelo mundo que sempre nos ofereceu tudo. É a falta de tudo, na verdade. Não é nojo, é desgosto. Talvez seja nojo, e não desgosto. Definitivamente não é bom. Creio que não tive uma infância completa, até porquê ficar em casa vendo TV a cabo não te traz liberdade, não te diverte por completo. Mas ficar em casa porque as ruas são inseguras demais e te deixam completamente vulnerável - a culpa não é do governo, é nossa. Nós deixamos chegar nesse ponto. - é deprimente, lamentável. Sigo olhando para o meu recente passado e vejo o contraste criado em pouco menos de uma década. Diversão É passar o dia no computador, ou ver televisão a cabo. Os livros são esquecidos. Os videogames são quase unânimes entre as crianças. Cada vez mais cedo se apegam aos horríveis costumes deixados pela minha geração, como o maldito "ficar".Passar o dia no computador, convivendo com GIF's pornôs nunca vai ser bom pra ninguém. Os próprios brinquedos estão ficando "fora de moda". Ser desenhista é "coisa de criança"; Querer ser músico é "pedir pra ser pobre" - incrivelmente todos acham que podem cantar. Para fechar com chave de ouro, o futebol desbanca a todos. O mundo vai perdendo a graça. As florestas vão perdendo a cor. A fauna vai indo embora. E ninguém faz nada. Ou quase ninguém. Somos seis bilhões. 5 bilhões sabem disso. Nem 1 milhão age. Ter um carro é mais importante do que o quê você faz com ele. Ter um celular é mais importante do que seu desempenho escolar. Status sobrepondo valores e virtudes. A imagem de uma sociedade distorcida refletida num mar de caos que viver está se tornando. Viver é quase impossível, do mesmo modo que estar vivo é complicado. Muitos vivos, poucos vivem. Triste realidade. Homem estúpido, viver não é ser rico ou pobre; ter trabalho ou ser desempregado; viver está alem da sua supérfula definição e compreensão. E inúmeras vezes maior do que seu empenho em qualquer coisa. Quase ninguém vive hoje, pois estamos apegados demais ao financeiro. Só se vive quando há um ponto de paz; um ponto de equilíbrio. Onde você sabe os atos, consequências e junta todos os teus valores pra tomar uma decisão em prol da sua felicidade sem um mínimo esforço. Talvez seja uma vida com base em sentimentos. Os sonhos que são cada vez mais raros, a fé, o seu poder sobre si mesmo. É tudo, menos o que vemos hoje em dia. Viver não te traz problemas. Viver só te traz felicidade, mas é tão difícil ser feliz hoje em dia. Uma vez li que disseram que ser feliz plenamente é impossível. Eu discordo. Nós que nunca atingimos esse ponto. Tudo são valores financeiros, rótulos. Tudo é preconceito. O que mais esperar de uma geração oriunda do capitalismo, se suas origens já ultrapassaram os limites do "pior"... uma geração que supervaloriza cor, raça, sexo e esquece como veio ao mundo: pelo amor. Não temos pensadores, nossos heróis são filhos da mídia. Não temos um gênio. A única coisa que podia-se esperar de nós era uma geração com um coração enorme. Mas são 100 contra milhões, e a esperança de um mundo melhor segue se esvaindo como a pouca dignidade que nos resta. Pessoas cada vez mais se perguntam quem são, e porque estão aqui. Buscam a resposta, não acham e acabam sete palmos abaixo do chão. Os filmes sempre tem um apelo sexual - não que isso não seja normal HOJE EM DIA . As músicas são cada vez mais sem sentido, e ao mesmo tempo as pessoas buscam se salvar desse mundo por meio da música. Música é vida, e não há problema em ela ser o cano de escape. O problema é: "por que precisamos de um "cano de escape" ?". Não estou dizendo que eu não gosto de computador, não estou dizendo que não gosto de celular, da tecnologia, de viajar, coisas de hoje em dia. Não sou santa, estou sujeita as mesmas coisas que a maioria. Mas eu nunca estive tão constrangida por saber que nós estaremos num livro de história ou geografia no futuro - se livros ainda existirem -, não como a geração que começou o fim, mas a que deu continuidade a ele. Uma geração que exige que sejamos iguais, mas pede para que nos destaquemos pelas diferenças. Uma geração totalmente fora do seu eixo. Uma geração que é capaz de mudar o mundo mas até então se recusa. Uma geração que lê e esquece, vê e não reconhece. Uma geração cuja esperança se concentra em crianças que cada vez dão menos importância ao estudo - que nos levou a todos os lugares, até hoje. A humanidade há de ver onde foram seus erros, mas como sempre vai comete-los de novo. O problema é: será que o mundo ainda tem condições de pagar pelos nossos problemas? Compre uma alma, divida em quantas vidas você quiser e leve um coração de brinde.



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