BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Teobaldo e uma noite de arrepios
(AUGUSTO SABAOTE)

Publicidade
José Teobaldo de Macedo era um fazendeiro muito querido por todos os moradores da Serra dos Morros Cantareiros. Sua fama não era apenas por causa dos seus ideais nobres, pelos seus muitos cuidados com os pobres, pelos seus trabalhos comunitários. Teobaldo era um homem comum como todo fazendeiro, simples em suas atitudes, grande homem num corpo franzino. A fama de Teobaldo vinha de suas histórias pra lá de notórias e às vezes assustadoras. Todo final de semana muitos se reuniam para ouvi-lo, assentados em volta de uma fogueira, curiosos com cada palavra que saía de seus lábios. Dentre muitas histórias, havia uma que ele repetia diversas vezes, a pedido, era o “CANTO DO GALO CEGO”. E mais uma vez Teobaldo se reúne num final de semana para contar as suas histórias, e desta vez, mais uma vez a pedido, o “CANTO DO GALO CEGO”.Estava eu assentado na minha cadeira de descanso, disse Teobaldo, quando derrepente escutei um canto vindo de muito longe, parecia uma harpa bem cantada, um som que não se escuta em qualquer lugar. Era aproximadamente dez horas da noite, o céu estava estrelado, havia uma leve brisa que soprava sobre o meu rosto, uma noite perfeita para moda de viola. O canto não era comum, a gente sabe diferenciar um som de bicho, ou um canto de uma ave, mais o que eu estava escutando era muito bom de ser ouvir. Confesso pra vocês que meus pensamentos vagueavam em busca de respostas a fim de receber uma só idéia do que se tratava.Disse um ouvinte: _ como era este canto Teobaldo?_ Meu caro amigo, você já escutou xitanzinho e xororó?_sim claro._Era muito mais bonito.Eu fiquei a noite toda escutando aquele canto maravilhoso, acredito que muitos escutaram também. O canto rompia a noite estrelada como se fosse uma grande serenata num fim de tarde. Havia momentos que não se escutava o canto, mais recomeçava muito mais bonito que o anterior. Minha esposa nesta noite estava acordada, ela dormia cedo e acordava ainda muito cedo também. Ela olhou pra mim curiosa e perguntou: _Teobaldo, que canto é este que ta vindo de longe? _Zefinha, não tenho a menor idéia do que seja.A situação tava me deixando muito inquieto e irritado. Eu sou um homem com muitos conhecimentos, mais não consigo dizer que bicho era aquele que cantava, acreditava que era um bicho.A noite ia caindo e minha curiosidade aumentando. No meio da madrugada eu já não estava agüentando mais de tanto desejo de saber quem estava cantando na mata distante. O canto vinha do Morro dos Arrepios, um lugar não muito convidativo para visitantes, e também para moradores. O Morro dos Arrepios havia sido palco de grandes mortes no passado. O lugar era disputado por duas famílias de fazendeiros, que durante anos travaram verdadeiras batalhas com mortes de ambos os lados. Dizem que o lugar é mal assombrado, e que o fantasma de Juca Bacamarte, como era chamado, ainda mora no lugar de sua casa. A estrada que leva ao Morro dos Arrepios cortava a antiga estação de trem a vapor da cidade mais antiga. Hoje o lugar está totalmente abandonado, me da até arrepio de pensar neste lugar.



Resumos Relacionados


- Sôroco, Sua Mãe, Sua Filha (conto)

- Lendas Brasileiras – O Uirapuru (amazÔnia)

- Sem ?nós? (ouvir) (sans "nous" (à Écouter))

- Lendas Brasileiras – A Iara (amazÔnia)

- Meus Pensametos



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia