Ao longo dos tempos o homem vem exercendo um papel importante no desenvolvimento de teorias físicas, biológicas, sociais, culturais, como forma de compreender melhor o mundo que o cerca. Ele é, antes de tudo, ser de necessidade, pois como um ser sociocultural, aprimora de maneira dinâmica os conceitos referentes à sua participação na construção de uma sociedade cada vez mais globalizada. Com o seu comportamento o homem infere e interfere nas transformações socioculturais ocorridas no decurso da história da humanidade. Ele não pode ser em hipóteses alguma, alheio a essas mudanças, nem tão pouco se afastar de seu papel primordial, como ser histórico e cultural que é. Isto deve servir para uma análise reflexiva do contexto atual em que vive, bem como a busca de conhecimentos nitidamente duradouros e sólidos, que possam contribuir para a equiparação de todos os membros da sociedade.
O homem vai adquirindo sociabilidade ao longo de sua vida, à medida que vai sendo educado para isso. A sua relação com os outros, deve ser antes de qualquer coisa, de reciprocidade, pois a sua convivência só é possível em virtude da submissão dos indivíduos. Sem dúvida percebe-se que o comportamento humano é mutável conforme as variações culturais de cada sociedade, ele é ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo, suscetível ao meio em que vive.
É claro e isso não deve fugir dos parâmetros sociais, ninguém poderá viver totalmente isolado, até poderá, mas dificilmente sobreviverá. Esta relação de convívio começa a ser construída a partir do nascimento. Influenciado pelo ambiente em que vive o homem tende e tem a necessidade de viver em sociedade. Coopera significantemente para edificação das relações ocorridas no seio da sociedade, pois ao atuar eficazmente é senhor de suas escolhas e decisões, tanto em relação ao convívio com os outros, como na convicção de seus próprios ideais.
Portanto o homem vai moldando a sua experiência de ser sociocultural e indivíduo parte integrante da sociedade a aspectos que envolvem desde a sua participação efetiva a significativa na busca de soluções para os conflitos sociais existentes, perpassando fatores de extrema importância para o condicionamento de sua identidade, tanto humana como social, levando-o ao desenvolvimento de suas reais necessidades.
Quando nascemos, não nascemos sabendo das coisas. Vamos aprendendo ao longo do nosso processo de socialização. O homem por si só não adquire esse conhecimento, necessário para fazê-lo um ser social, mas adquire por meio de um processo social, tornando-o capaz de desenvolver suas capacidades físicas, intelectuais e morais.
Este conhecimento adquirido é construído respeitando etapas, superando deficiências de ordem natural e cultural. Pois segue certos padrões, normas que o enriquecem acompanhado de uma linha lógica de pensamento. Ao longo desse processo o homem enquanto ser individual também, se depara com situações normalmente de caráter sociológico que o faz empregar esforço contínuo na compreensão dos valores existentes, e isto graças a sua hereditariedade.
A sociologia como ciência social que é, tem um duplo papel: aumentar o conhecimento que o homem tem de si e da sociedade e contribuir para a solução dos problemas que enfrenta. Já a educação como processo social global que ocorre em toda sociedade, abre horizontes para a compreensão da vida social em si. Ambas trilham um caminho de extrema importância para o desenvolvimento de todo contexto cultural. As duas coexistem para fazer frente aos anseios do homem, que busca constantemente o resgate de sua dignidade enquanto ser humano. É utopia pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, mas é certo que ela representa uma condição indispensável para resolvê-lo.
À luz dos sistemas sociais, citando aqui como referência a sociologia da educação, com base em estudos da realidade social, permite que se compreenda o papel da educação na sociedade, e tendo isto como base que se façam reformas educacionais urgentes.
Não podemos acreditar que vamos educar nossos filhos do jeito que queremos. Há costumes pelos quais somos obrigados a nos conformar. Idéias e costumes que determinam o tipo de educação que recebemos quando crianças, não fomos nós que criamos isto, isto é fruto da vida em comum. A essa herança cultural que recebemos acrescentamos coisas novas. Em toda sociedade o sistema educativo se apresenta sob um duplo aspecto, ao mesmo tempo uno e múltiplo, homogêneo e diferenciado.
Sabendo que não há uma única forma nem um único modelo de educação, dizemos que esta é diferenciadora. Tomemos como outro exemplo a Grécia, onde a educação dos senhores não era a mesma dos escravos. Portanto qualquer que seja a importância de um desses sistemas educativos, eles não constituem toda a educação, não se bastam a si próprios. Não há povo que não exista um número certo de idéias, sentimentos e de práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for à condição social do qual faça parte.
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