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O Preconceito Racial no Brasil
(Antonio Carlos Olivieri)

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Ao analisar o preconceito, o filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio deixa claro que ele se constitui de uma opinião, ou conjunto de opiniões, errôneas aceitas passivamente, sem passar pelo crivo do raciocínio ou da razão.
 
Normalmente, a base do preconceito é uma generalização superficial, do tipo: "todos os ingleses são frios", "todos os baianos são preguiçosos", "todos os paulistas são metidos", etc. Deixando evidente que, pela estereotipia, o preconceito é um erro.
Entretanto, esse erro faz parte do domínio da crença, não do conhecimento.  Ele tem um lado irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocinio. Daí a dificuldade de combatê-lo.  Ao apresentar a irracionalidade do preconceito, Bobbio levanta a hipótese de que a crença na veracidade de uma opinião falsa só se torna possível por essa opinião ter uma razão prática: ela corresponde aos desejos, às paixões e serve aos interesses de quem a expressa.
 
O tipo de preconceito mais frequente no Brasil é o racial que fica mais evidente quando o brasileiro identifica o negro com seu papel social. Essa constatação foi obtida por meio de uma pesquisa feita pela psicóloga e professora da  Universidade Estadual de Campinas, Ângela Fátima Soligo.
Na pesquisa, a professora pediu aos entrevistados que atribuíssem dez adjetivos aos negros. Nessa fase, houve equilíbrio. Os pesquisados utilizaram adjetivos positivos para definir os negros como competentes, alegres e fortes.
Em seguida, foram estimulados a qualificar esses adjetivos com características.
O resultado final revelou que a maioria dos entrevistados, aí incluídos também os negros, reproduz chavões sociais: o negro é alegre por gostar de samba e Carnaval, forte porque se dá bem nos esportes e competente para trabalhos braçais. "O adjetivo é positivo, mas o papel social ligado ao negro mostra um preconceito arraigado na nossa cultura", concluiu a estudiosa.
Mesmo nas exceções, a regra se confirmou. "Um entrevistado disse que o negro pode ser um advogado competente, mas apenas para livrar outros negros da cadeia". A pesquisa reforçou a tese de que o brasileiro pratica um "racismo camuflado": diz que não tem preconceito, mas prefere limitar as possibilidades e potencialidades da raça negra.
Os dados da pesquisa foram semelhantes em todos os estados pesquisados, inclusive na Bahia - cuja capital, Salvador, tem população predominantemente negra e culturalmente ligada a tradições africanas. O estudo reafirmou que o modelo, a conduta e a história dos brancos são mais valorizados em nossa sociedade. Com isso, os próprios negros acabam incorporando uma imagem negativa sobre sua raça.
O racismo brasileiro teve início por volta do final do primeiro século da colonização, quando os portugueses constataram a impossibilidade de escravizar os índios. O negro, então, foi trazido à força para o país, para servir de escravo nas plantações de cana de açúcar. Apesar da miscigenação, o negro e os mestiços sempre foram discriminados socialmente no Brasil.



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