A LEITURA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA
Barbosa (1990) afirma que ensinar a língua materna é desenvolver um trabalho de “linguagens” que leve o aluno a observar, perceber, inferir, descobrir o mundo, interagir com seu semelhante, por meio do uso funcional da linguagem, e que esta reflita a posição histórico-social do autor, levando o aluno a perceber, consciente ou inconscientemente, as marcas de ideologia do produtor que estão subjacentes ao discurso, seja ele oral seja escrito. Assim, o aluno tornar-se-á um cidadão crítico, atuante, transformador de uma sociedade inspirada na justiça, na democracia e nos valores humanos.
Para Travaglia (2003), o ensino de Língua Materna se justifica prioritariamente pelo objetivo de desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), isto é, a capacidade do usuário de empregar adequadamente a língua nas diversas situações de comunicação. Portanto, este desenvolvimento deve ser entendido como a progressiva capacidade de realizar a adequação do ato verbal às situações de comunicação.
Todos sabem quão distintas são as linguagens que se usam em uma carta de amor, numa bula de remédio, num jornal e numa enciclopédia. Por isso, além de abranger o desenvolvimento da linguagem oral e a introdução e desenvolvimento da leitura e da escrita, o ensino de Língua Materna deve adequar-se às atuais perspectivas, trazendo e propondo em sua composição curricular indicações de como trabalhar com textos escritos de modo a possibilitar que os educandos conheçam as diferentes modalidades da língua. A aprendizagem da escrita exige ainda o desenvolvimento da capacidade de análise linguísitica e o aprendizado de palavras que servem para descrever a linguagem.
Com relação à linguagem oral, deve-se propiciar situações comunicativas que possibilitem aos educandos a ampliação de suas habilidades de uso da língua. Em outras palavras, deve-se possibilitar aos educandos o planejamento e a adequação do discurso a diferentes situações formais e informais. Quanto à linguagem escrita, além da compreensão e domínio dos mecanismos e recursos básicos desta modalidade, como o sistema de representação alfabética, a ortografia e a pontuação, é essencial que os discentes compreendam as diferentes funções sociais e conheçam as diferentes características que os textos podem ter, de acordo com essas funções.
A prática com a leitura nesse processo de ensino- aprendizagem de Língua Materna deve contemplar os diferentes gêneros literários, buscando dar ao aluno dessa modalidade de ensino condições de ler e entender os tipos de discursos bem como produzi-los, a partir de suas necessidades reais. O aluno precisa, então, ter consciência dos diferentes níveis de linguagem e saber utilizar, a cada situação concreta, o padrão linguístico mais adequado, inclusive aquele exigido pelas situações mais formais de interação verbal.
Logo, é de extrema importância que o público discente da modalidade EJA que, em sua maioria, já se encontra inserido no mercado de trabalho, possua em sua bagagem comunicativa, todas essas habilidades apontadas, pois na realização de qualquer que seja a atividade desempenhada de cunho profissional como enviar um e-mail, elaborar um memorando, redigir uma carta a um cliente, colaboradores ou superiores hierárquicos, o profissional revela a sua personalidade, demonstra a sua formação e grau de inteligência. Em situações de reuniões na empresa ou em uma apresentação, destacam-se os que sabem defender seus argumentos de forma clara, convencer o auditório de forma válida, expor e fundamentar suas idéias de maneira concisa e clara que, para tanto, necessitam do domínio das expressões. Infere-se, portanto deste modo que, a linguagem assim como o sorriso é o nosso cartão de visita.
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