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A Educação Entre Aspas!
(Luiz Carlos Fernandes Navarro)

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Nos últimos dias pudemos testemunhar pela mídia televisiva senão ao vivo uma assustadora guerrilha urbana, terror versus violência, sem regras num vale tudo onde ambos os lados saíram com um saldo negativo desolador, perdas irrecuperáveis e insubstituíveis de vidas humanas. As seqüelas são imprevisíveis e incontáveis, mas certamente serão inúmeras e tangíveis, indelevelmente gravarão, Ad infinitum, as mentes e corações dos atores protagonistas, coadjuvantes e passíveis-espectadores.Contudo a pergunta que todos nós devemos fazer, a estas alturas, é o que podemos, se é que podemos, tirar de positivo deste caos generalizado? Numa visão estreita, alguns opinantes precipitados festejam a morte de criminosos, assassinos, bandidos e toda sorte de delinqüentes sociais. Bem, não deixa de ser uma opinião, porém sem dúvida esta não é e nunca será solução para os problemas crônicos da segurança em nosso e em qualquer país civilizado. Metaforizando, o moribundo do acidente está golfando sangue pela boca e narinas, em poucos minutos entrará em choque convulsivo, a sua única chance é receber uma transfusão sanguínea, ou seja, substituir o velho sangue venoso por um sangue oxigenado, porém se a ambulância ficar presa no trânsito da política e nas disputas de poder, as chances de sobrevivência do nosso semimorto se reduzem drasticamente com o tempo, e mesmo que o socorro chegue os procedimentos para o tratamento serão tão invasivos que o sobrevivente se tornará um Frankenstein e preferirá ter morrido. Não sou especialista em segurança, portanto não tenho sugestões para coibir as ações do crime organizado ou do crime comum, o qual muitas vezes é pior do que o primeiro, no entanto tenho a firme convicção de que a educação ampla e irrestrita é a única medida capaz de prevenir e reduzir drasticamente o crime da nossa sociedade. Neste sentido quero contar minhas experiências no terreno fértil da educação, elas propiciam momentos gratificantes e de muita emoção. Uma das minhas experiências foi no Reintegra Brasil, uma entidade sem fins lucrativos que assiste jovens oriundos de família de baixa renda, na ocasião fui convidado a elaborar um curso de técnicas de venda e marketing pessoal e ministrar as aulas aos adolescentes. Aceitei o convite movido por um sonho antigo, dar aulas a jovens, confesso que no começo foi muito difícil conectar-me com aqueles alunos diferenciados e exigentes. Apesar de ser pai, as necessidades daqueles adolescentes eram bastante específicas e objetivas, tinha como missão reanimá-los para a vida e provar que era possível reconquistar a auto-estima e o amor-próprio. Para tanto deveria transmitir conhecimentos e despertar competências possibilitando o ingresso de cada um deles no competitivo e exigente mercado de trabalho. Foram 18 meses de convivência intensa e de aprendizado mútuo, quanto mais ‘cresço’ e penso naqueles meninos e meninas, percebo que recebi e aprendi muito mais do que dei e ensinei, sem piegas. Ainda encontro com alguns deles nas ruas da cidade. Num destes encontros com ex-aluno, que durante as aulas se comportava desdenhosamente, muitas vezes dormindo numa carteira no fundo da sala, me cumprimentou efusivamente: “Professor Navarro que prazer encontrá-lo aqui! Quero contar uma novidade...” Ele me confidenciou que arrependera de não ter dado mais valor aos ensinos das técnicas de venda, mas mesmo com pouco esmero com que se dedicara aos estudos, o certificado que recebera pela conclusão do curso lhe valera uma vaga de estagiário aprendiz numa agencia do Banco do Brasil. Aquela notícia recompensou e gratificou todo o meu esforço para conquistar aquelas mentes e corações jovens.Uma outra passagem, não menos enriquecedora, foi quando compareci na cerimônia de conclusão do curso de Menor Aprendiz, o chamado PET, na unidade do Senac de Araraquara. Ao chegar lá, me emocionaria mais ainda ao ser convidado a compor a mesa dos professores, surpreendentemente, pois a última aula ministrara havia quase dois anos. Todos os membros da mesa tiveram a sua oportunidade de expressar as suas considerações e parabenizar os jovens pela conquista após dois anos de muita dedicação. Entretanto, as palavras, ou melhor, o discurso mais marcante fora da aluna que representou a turma, uma menina de dezoito anos discorreu a homenagem a nós educadores, incluo nesta categoria nós pais e todos que se intitulam de autoridade do nosso país. Ela começou assim, entre aspas:Desde Pitágoras, Sócrates e Platão os educadores têm sido os responsáveis pela evolução de nós jovens. Se preocupam conosco, nos protegendo de nós mesmos quando estamos tristes, chorosos, desanimados porque brigamos em casa e por qualquer outro motivo. Aproximam-se carinhosamente sem cobranças e pré-conceitos para oferecerem ajuda. Aqueles ali sentados, apontou em nossa direção com os olhos marejados por lágrima e com a voz embargada continuou – fizeram de tudo e muito mais para prover-nos de competências para enfrentarmos o mercado de trabalho, mesmo que muitas vezes fomos alunos indisciplinados e desinteressados, os nossos professores foram atrás de informações precisas com um só objetivo, enriquecer o nosso conhecimento. Fitando a cada um de nós, encerrou o seu emocionado discurso com a frase: continuem a educar e a ensinar, nós precisamos de vocês! Fecha aspas.Creio que o recado está dado, estes jovens adultos são os futuros líderes de nossa sociedade, nós educadores (pais, professores, autoridades em geral, políticos) temos a obrigação de atendê-los em suas necessidades, a mais fundamental e básica é o direito e o acesso à educação ampla e sem restrição. A educação entre aspas!



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